Ex-deputado do PSD, considerou que a atual direção tem "uma péssima estratégia, está a entrar por um caminho absolutamente populista e não tem um projeto sério para o país".
O ex-deputado do PSD António Maló de Abreu rejeitou esta quinta-feira ter recebido qualquer convite para integrar a lista de deputados do Chega e, questionado se o aceitaria, respondeu negativamente, dizendo que é "uma tentativa de enlamear" a sua saída.
O deputado, que anunciou na quarta-feira a sua saída do PSD e da bancada social-democrata e já passou à condição de não inscrito, foi hoje questionado no parlamento pelos jornalistas se vai integrar as listas do Chega às próximas legislativas, uma possibilidade avançada pelo Observador e que hoje não foi confirmada nem desmentida por André Ventura.
"Não, não. Tentam enlamear a minha posição dizendo que vou mudar de camisola. O Chega não me fez nenhum convite, nenhum partido me fez nenhum convite", afirmou.
Questionado se aceitaria um eventual convite do partido de André Ventura, começou por dizer que "em princípio não" e que "neste momento" não está disponível para "absolutamente nada" e tem a sua vida organizada.
"Não estou à espera de voltar ao parlamento de maneira nenhuma (...) Por uma questão de boa educação, se receber algum convite de quem quer que seja, responderei diretamente e confidencialmente, mas a minha posição de princípio não tem a ver com qualquer convite", disse.
Mais à frente, à pergunta se o seu nome está a ser aproveitado pelo líder do Chega, Maló de Abreu foi mais claro.
"O que posso dizer a não ser que é mentira, que não recebi nenhum convite do Chega e que, se receber, responderei da forma como vos disse que vou responder", afirmou.
À pergunta se responderia que não, clarificou: "Como é óbvio, claro".
"O PSD e os partidos que não gostaram da minha decisão fazem o seu papel, que é empurrar-me para os braços do Chega, e o Chega faz o seu papel que é dar a entender que é uma possibilidade contactarem-me", considerou.
Nas declarações aos jornalistas, o antigo dirigente do ex-líder Rui Rio disse ter falado com ele apenas após tomar a decisão do PSD -- sem revelar o teor da conversa -- e deixou fortes críticas à atual direção, vaticinando um "mau resultado" nas eleições de 10 de março e lamentando a forma como as listas de candidatos a deputados estão a ser construídas.
"Tentam enganar o eleitorado através de uma coligação para mascarar o resultado eleitoral, um partido que se vai alavancar nas estruturas existentes que são medíocres e tentam esconder essa mediocridade com duas ou três figuras que se prestam a ser uma rosa na lapela do partido", criticou, confirmando estar a referir-se a independentes como o ex-bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães.
Maló de Abreu considerou que a atual direção tem "uma péssima estratégia, está a entrar por um caminho absolutamente populista e não tem um projeto sério para o país".
"Anda na brincadeira com dichotes. Não me parece que tenha possibilidade de vencer estas eleições, nem o PSD, nem a AD", disse, acusando ainda a coligação de "tentar apagar a memória" de um dos fundadores da Aliança Democrática original e antigo líder do CDS Freitas do Amaral.
À comunicação social, disse que o motivo da sua saída em vésperas da dissolução do parlamento se deve "a um conjunto de circunstâncias".
"A grande discordância foi o desprezo absoluto da direção da bancada pelos deputados: nenhum grande assunto que foi a votações nesta Assembleia foi através bancada do PSD", criticou.
Maló de Abreu lamentou que a direção da bancada não tenha aceitado marcar um debate, que disse ter pedido várias vezes, sobre a situação das comunidades portuguesas e lembrou que o círculo fora da Europa -- que encabeçou -- foi o único em que o PSD, concorrendo sozinho, venceu, tendo como adversário pelo PS Augusto Santos Silva.
"Podia ter tomado esta decisão há um mês ou dois, mas os meus momentos políticos são escolhidos por mim", frisou.
A Mesa da Assembleia da República informou no início do plenário a passagem de Maló de Abreu à condição de deputado não inscrito, dizendo que deveria ocupar -- no último plenário XV legislatura -- um lugar entre as bancadas do PS e do PSD.
Na bancada social-democrata, o vice-presidente do grupo Miguel Santos assumirá a presidência da Comissão de Saúde no tempo que restar até à nova legislatura que sair das eleições antecipadas de 10 de março.
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