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Marcelo Rebelo de Sousa defende que "há grande estabilidade no sistema português"

Num balanço feito pelo chefe de Estado, dois a quatro primeiros-ministros nos mandatos de cada Presidente são números relativamente baixos.

06 de novembro de 2025 às 19:31

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quinta-feira que tem havido "grande estabilidade" no sistema político português, considerando relativamente baixos os números de primeiros-ministros com que cada chefe de Estado conviveu.

Marcelo Rebelo de Sousa falava em resposta aos jornalistas, no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, a propósito da posição do constitucionalista Vital Moreira sobre o papel do Presidente da República e as críticas que lhe tem dirigido por decisões tomadas nos seus mandatos.

"Não me vai ver a comentar. Não só é um amigo meu, não só é um grande jurista, um grande constitucionalista, fomos colegas na votação da Constituição, depois ele acabou por se afastar da intervenção política, mas é um ótimo professor, foi um ótimo professor", começou por responder o chefe de Estado.

O Presidente da República referiu que Vital Moreira, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, entretanto jubilado, "sempre teve as suas ideias" e "sempre achou que o sistema português era parlamentar, e devia ser parlamentar, racionalizado, com uma intervenção moderadora do Presidente".

"A posição de Lisboa era um bocadinho diferente, [a posição] do professor Jorge Miranda e a minha, que era semipresidencial", acrescentou, para concluir que "é natural que haja pontos de vista diferentes".

Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "o que há é uma grande estabilidade no sistema português".

"Dois dos presidentes tiveram dois chefes de Governo -- o Presidente Soares e eu. Depois houve quem tivesse três chefes de Governo [o Presidente Cavaco Silva], quem tivesse quatro chefes de Governo [o Presidente Jorge Sampaio]", apontou.

O chefe de Estado enquadrou os mandatos de Ramalho Eanes como exceção dado o contexto histórico: "O general Eanes é diferente, porque era um período pós-revolucionário. Foram oito chefes de Governo".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, dois a quatro primeiros-ministros nos mandatos de cada Presidente são números relativamente baixos: "É uma grande estabilidade, em dez anos, haver uma média destas, não há na Europa, normalmente".

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