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Marcelo Rebelo de Sousa considera que maioria esmagadora dos portugueses é tolerante e aberta

De acordo com chefe de Estado uma das razões é que "as confissões dominantes de longe em Portugal são as cristãs".

01 de novembro de 2025 às 23:47

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado que a maioria esmagadora dos portugueses é tolerante, muito aberta em termos religiosos e com um relacionamento pacífico.

O chefe de Estado falava à agência Lusa num hotel na província de Gizé, nos arredores da cidade do Cairo, depois de ter participado na inauguração do Grande Museu Egípcio, a convite do Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, cerimónia que reuniu dezenas de altas entidades estrangeiras.

Questionado se está preocupado com as mensagens de intolerância e de racismo propagadas em Portugal, algumas dirigidas a comunidades muçulmanas, e se isso de algum modo afeta a imagem externa do país, Marcelo Rebelo de Sousa começou por salientar a realização de eventos que apontou como exemplos de ecumenismo.

"Nós teremos até ao fim do ano a celebração dos 40 anos da Mesquita Central de Lisboa, para a qual o Presidente da República Portuguesa foi convidado, já lá esteve várias vezes, mas dentro de um espírito de ecumenismo, em que estarão presentes as várias religiões que existem no nosso país", referiu.

Depois, acrescentou que o príncipe Aga Khan V, imã hereditário dos muçulmanos ismaelitas, fará uma visita de Estado a Portugal "também em dezembro, portanto, já depois da celebração da mesquita islâmica" e que "a comunidade ismaelita reunirá toda com ele", cerimónia para a qual será também convidado.

Segundo o chefe de Estado, isso "mostra que verdadeiramente continua a viver-se o ecumenismo, que é a coexistência de várias religiões, de várias confissões, de várias igrejas" em Portugal.

Interrogado se, apesar desses eventos, sente que está a crescer a intolerância em Portugal, o Presidente da República respondeu que não ouviu "nenhuma referência a esse facto por parte de nenhum dos chefes de Estado" com quem falou nesta deslocação ao Egito.

"Mas eu acho que não. Nós somos genericamente tolerantes, a maioria esmagadora dos portugueses. Claro que numa democracia há várias opiniões e há várias posições. Mas a maioria esmagadora, por duas razões, continua a ser muito aberta religiosamente, como, aliás, politicamente", considerou.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, uma das razões é que "as confissões dominantes de longe em Portugal são as cristãs", no universo dos imigrantes, e a população muçulmana "é pequena".

"Em segundo lugar, é a maneira de ser dos portugueses em geral. Todos os dias acabam por ter um relacionamento maioritariamente pacífico do ponto de vista quer de política, quer de ideologia, quer de religião", acrescentou.

O Grande Museu Egípcio, um megaprojeto localizado junto às Pirâmides de Gizé, nos arredores da cidade do Cairo, considerado o maior museu arqueológico do mundo dedicado a uma civilização, foi inaugurado este sábado, após cerca de duas décadas de construção, em dia declarado feriado.

Entre dezenas de convidados estrangeiros, estiveram na cerimónia os reis de Espanha e da Bélgica, os presidentes da Alemanha, de Portugal, da Croácia e da Colômbia, o príncipe do Mónaco e as rainhas da Jordânia e da Dinamarca.

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