Decisão da NATO de elevar para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) o investimento na Defesa "encerra um desafio sério", defende o candidato.
O candidato à Presidência da República, Marques Mendes, defendeu, esta quinta-feira, no Porto que o investimento na Defesa deve ser bem explicado sob pena de se tornar em combustível para os extremismos e radicalismos.
No seu discurso no âmbito da apresentação no Porto da comissão de Honra da sua candidatura, que reúne cerca de 200 pessoas, Marques Mendes, afirmou que a decisão da NATO de elevar para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) o investimento na Defesa "encerra um desafio sério".
"É preciso saber explicar e aplicar esta decisão. Para um nórdico ou um báltico, aumentar os gastos em Defesa é completamente óbvio: o inimigo está próximo e o reforço da Defesa é urgente. Para um cidadão do sul da Europa, tudo é diferente: o inimigo está distante e o risco é reduzido".
E prosseguiu: "se não houver explicação cabal desta decisão e garantia do estado social, corre-se um risco: o de os cidadãos descrerem da NATO, da União Europeia (UE) e da democracia. É combustível para os extremismos e radicalismos".
Continuando no tema, entende que a UE tem de "agarrar esta oportunidade para criar a sua própria autonomia estratégica. Autonomia estratégica na economia. Investindo, inovando e industrializando".
Entende Marques Mendes que, se não for assim, a "UE acabará a ser uma 'colónia' dos EUA ou da China", sublinhando que a "autonomia estratégica em segurança e defesa não se trata, apenas, de gastar mais. Trata-se também de gastar melhor e gastar europeu. Autonomia estratégica não é um slogan. É um desafio. Precisamos de mais Europa, de melhor Europa e de Europa mais forte".
Falando para uma plateia com cerca de 500 pessoas, o candidato lembrou que todos os Presidentes da República, até ao momento, foram eleitos com apoios partidários. "Foi assim com Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa. Mas todos, sem exceção, foram independentes, isentos e imparciais na sua ação".
"Será essa exatamente a minha marca. Uma marca de independência e isenção. Respeitando a Constituição. Colaborando com os governos. Dialogando com as oposições. Ouvindo a sociedade civil. Os portugueses conhecem-me e sabem que em 12 anos de comentário na televisão fui sempre muito independente. Falei sempre com isenção. Criticando quando havia motivo para criticar. Elogiando quando era justo elogiar. À esquerda e à direita. Honrando a verdade. Sem favoritismo para ninguém", acrescentou.
Sobre o país disse ser "muito credível em várias áreas", entre elas as Forças Armadas (FA), lembrando as forças destacadas "em operações de paz em várias partes do mundo" que "são altamente elogiadas", disse Marques Mendes, acrescentando que "são fator de prestígio e orgulho para Portugal".
"Temos de multiplicar o número de operações de paz em que participam as nossas FA. Será um investimento no reforço da imagem de Portugal no estrangeiro", continuou o candidato que quer de Portugal que nunca abandone "a exigência de estar na linha da frente do projeto europeu. Nem a meio do comboio nem atrás dele. Sempre na linha da frente do comboio europeu. É estratégico para Portugal".
E prosseguiu: "temos de ultrapassar dois défices sérios de credibilidade. Na política e na justiça. Estes dois pilares do Estado de Direito griparam. É preciso mudar de vida. Temos de rever leis eleitorais e exigências éticas. E temos que reformar a Justiça. O PR não vai ser espetador. Vai ser ator e mediador. Doutra forma, não vale a pena ser PR".
As outras intervenções da noite couberam ao ex-ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato à Câmara do Porto, Pedro Duarte, ao médico Fernando Póvoas, à presidente da Casa da Música, Isabel Furtado, e ao antigo líder do PSD Luís Filipe Menezes.
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