page view

Ministra da Saúde diz que "é critério clínico" residir em Portugal para receber medicamento administrado às gémeas

Ana Paula Martins era, na data que o caso foi noticiado, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.

17 de janeiro de 2025 às 15:08

Ana Paula Martins, ministra da Saúde, é ouvida, esta sexta-feira, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas, em 2020, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A ex-presidente do Hospital Santa Maria e atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, rejeitou comentar a decisão da administração que a antecedeu por ter garantido o acesso ao medicamento Zolgensma para tratar doentes com atrofia muscular espinal. "Não faço qualquer comentário, nem farei, durante esta audição, às decisões tomadas pelo Conselho de Administração que me antecedeu", afirmou a governante.

Quando questionada acerca da obrigatoriedade das meninas residirem em Portugal, Ana Paula Martins respondeu que é "critério clínico" os utentes que usufruem deste tipo de medicamentos residirem em Portugal.

A atual ministra da Saúde deu ainda conta de que, numa consulta a 6 de fevereiro de 2023, há a indicação de foi feita uma "avaliação após estadia prolongada no Brasil". Além disto, há a nota de que, tendo sido prescritos materiais de apoio - como cadeiras de roda - que só são entregues ao próprio utilizador, houve dificuldades na entrega, provocadas pela ausência das meninas em Portugal. A 4 de setembro de 2023, a empresa responsável pela entrega do material indicou que não tinha sido possível estabelecer contacto com as utentes e que estas não se encontravam em Portugal.

Ana Paula Martins afirmou, durante a comissão, que havia rumores no hospital da existência de interferência externa no caso das gémas, mas admite nunca ter encontrado qualquer evidência dessa interferência. "Não tenho nenhum registo, nem escrito nem oral" (de interferências nem envolvimentos no caso), referiu a Ministra. 

A agora ministra da Saúde era, na data que o caso foi noticiado, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.

Em causa no processo, que tem como arguidos o ex-secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales e Nuno Rebelo de Sousa, está o tratamento hospitalar das duas crianças luso-brasileiras que receberam o medicamento Zolgensma. Com um custo de dois milhões de euros por pessoa, este fármaco tem como objetivo controlar a propagação da atrofia muscular espinal, uma doença neurodegenerativa.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8