Sobre se será necessária uma reflexão interna no grupo parlamentar sobre esta prática, considerou que esta não é necessária.
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O líder parlamentar social-democrata considerou esta sexta-feira "encerrado" o caso das falsas presenças assinaladas em plenário ao deputado José Silvano no que toca à bancada, mas salientou que a troca de 'passwords' não é uma prática generalizada no PSD.
Em declarações à Lusa, Fernando Negrão admitiu, contudo, que seja necessário fazer uma reflexão ao nível da Assembleia da República sobre a criação de acessos diferenciados ao sistema para registar a presença dos deputados em plenário e para aceder a informação nos seus computadores.
"Ouvimos hoje a deputada Emília Cerqueira fazer declarações de esclarecimento sobre a sua situação e a situação que envolvia também o deputado José Silvano e pareceram-me declarações esclarecedoras e que terão, se não resolvido, porque há questões técnicas envolvidas, pelo menos esclarecido a situação que envolvia esses dois senhores deputados", afirmou.
No entanto, o líder parlamentar do PSD fez questão de salientar que, no caso da bancada social-democrata, a prática de troca de 'passwords' para aceder a informação em computadores de terceiros não é generalizada e que ele próprio nunca deu a sua palavra-passe de acesso a outro parlamentar.
"Não é uma situação generalizada, é uma situação que ficámos a saber que acontece com esses dois deputados, é a sua forma de trabalhar. Admito que possa acontecer com outros, mas há um número significativo de deputados que não tem essa forma de trabalhar, nem este método e não fazem troca de 'passwords', nem dão conhecimento da sua 'password' a terceiros", assegurou.
Questionado sobre a sua prática pessoal, respondeu: "Eu não o faço, nunca dei a minha 'password' a ninguém, a 'password' é minha e quando preciso de ajuda ou colaboração de outros deputados, peço-lhes e eles mandam-ma pelos meios de comunicação normais".
Sobre se será necessária uma reflexão interna no grupo parlamentar sobre esta prática, Fernando Negrão considerou que esta não é necessária.
"Acho que não, está no âmbito da liberdade de cada deputado, que age como entender", afirmou, considerando que, do ponto de vista da bancada, "a questão está encerrada".
No entanto, o líder parlamentar admitiu que a Assembleia da República poderá ter de refletir sobre o registo de presenças dos deputados em plenário, cuja verificação é feita através da entrada no sistema pelos parlamentares nos seus computadores no hemiciclo.
"Poderá passar por uma maior atenção para não confundir situações, ou seja: situações de trabalho, de troca de informação, de ficheiros, com registos de presença, é preciso muito cuidado", defendeu.
"Porque não uma 'password' só para registo de presenças e outra para acesso a ficheiros e a toda a informação?" sugeriu.
O tema das faltas dos deputados ganhou relevo na última semana, com o caso das falsas presenças de José Silvano, em pelo menos duas reuniões plenárias, em 18 e 24 de outubro.
Hoje, a deputada social-democrata Emília Cerqueira admitiu que pode sido ela inadvertidamente a registar José Silvano quando entrou no computador com a 'password' do secretário-geral do partido para consultar documentos partilhados.
Na quinta-feira, seis dias após o jornal semanário Expresso ter noticiado o caso, José Silvano fez uma declaração no parlamento, sem responder a perguntas dos jornalistas, na qual assegurou não ter pedido a ninguém para que o registasse em plenários nos dias em que faltou por se encontrar a realizar trabalho político em Vila Real e Santarém na qualidade de secretário-geral.
Na mesma declaração, Silvano pediu que a Procuradoria-Geral da República, que já anunciou estar a analisar o caso, investigue o sucedido.
Na conferência de imprensa de hoje, a deputada do PSD Emília Cerqueira admitiu ter a 'password' de Silvano, mas disse não ser a única, sugerindo tratar-se de uma prática comum.
"Digam-me, senhores jornalistas, quem de vós nunca partilhou uma 'password', quem nunca partilhou que diga, seja deputado, jornalista, uma secretária, normalmente temos alguém e se alguém não tem é uma exceção à regra no mundo do trabalho e das organizações", afirmou, assegurando não ter entrado no computador de José Silvano para assinalar, de forma falsa, a sua presença em plenário.
José Silvano ascendeu ao cargo de secretário-geral do PSD em março deste ano após demissão de Feliciano Barreiras Duarte, também alvo ele de notícias sobre irregularidades no seu percurso académico e na morada para efeitos de cálculo de abonos das deslocações como deputado.
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