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Bloco e PCP criticam Governo por ir além das metas de Bruxelas

Centenas de milhões de euros que poderiam ser aplicados nos serviços públicos, garantem partidos.

15 de fevereiro de 2017 às 13:10

O Bloco de Esquerda e o PCP criticaram esta quarta-feira que o Governo vá além da meta do défice definida pela Comissão Europeia, defendendo que a diferença significaria centenas de milhões de euros que poderiam ser aplicados nos serviços públicos.

Na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa na manhã de hoje, o ministro das Finanças, Mário Centeno, assegurou que o défice orçamental de 2016 não será superior a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo da meta de 2,5% definida por Bruxelas aquando do encerramento do processo de sanções.

No entanto, os parceiros do Governo no parlamento, PCP e Bloco de Esquerda (BE), não viram com bons olhos a decisão do executivo em "ir além do pedido de Bruxelas para a redução do défice".

"Não podemos compreender este défice de 2,1%, que quer dizer que estamos 0,9 pontos percentuais abaixo do que seria pedido por Bruxelas de estarmos dentro das regras dos 3% do défice", apontou Mariana Mortágua.

Para a deputada, isso significa que "há 1.674 milhões de euros que podiam estar a ser gastos para a contratar auxiliares para as escolas, para contratar no SNS e investir na saúde do país, a investir nos transportes, por exemplo nas carreiras públicos, a investir em desagravar impostos".

"Isto não acontece porque o Governo quer ter na parede o diploma de redução do défice", criticou a bloquista.

Também o deputado do PCP Paulo Sá apontou que as medidas de reposição de rendimentos que podiam ser tomadas se o défice ficasse acima de 2,1%, mas dentro das regras definidas por Bruxelas.

"Cada décima adicional ao défice representa uma margem orçamental de 190 milhões de euros", afirmou Paulo Sá.

"Se o défice fosse 2,5% ou 2,6% permitiria, saindo do défice excessivo, a libertação de centenas de milhões de euros para a reposição de rendimentos", sublinhou, insistindo na posição comunista de rotura com a União Europeia, por limitarem a capacidade política do país.

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