PCP foi o único partido a votar contra.
A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira a transposição para o ordenamento jurídico português de uma diretiva europeia que visa garantir a eficácia no espaço comunitário de sanções como as que foram aplicadas à Rússia pela invasão da Ucrânia.
A proposta de lei do Governo, votada simultaneamente na generalidade, na especialidade e em votação final global, contou nas três votações com a oposição do PCP e a abstenção do Chega, e, na última votação, com os votos favoráveis de PSD, PS, IL, Livre, CDS-PP, PAN e JPP.
O PS e o Livre votaram também favoravelmente na generalidade e abstiveram-se na especialidade.
A diretiva europeia 2024/1226 foi aprovada em 24 de abril de 2024 e deveria ter sido transposta até maio de 2025, tendo a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, justificado esta sexta-feira no parlamento o atraso na apresentação do diploma de transposição com a queda do Governo anterior em março de 2025.
Durante o debate, o deputado socialista Pedro Delgado Alves disse que o PS nada tem a apontar de "estruturalmente problemático ao trabalho do Governo" na transposição da diretiva, mas ressalvou que "uma especialidade, ainda que curta, teria sido útil".
A especialidade é o momento da discussão parlamentar em que os partidos, por norma, aprimoram as propostas tendo em atenção os pareceres de diversas entidades, o que, neste caso, não ocorreu, por se ter tratado, a pedido do Governo, de um processo legislativo urgente.
O deputado do Livre, Paulo Muacho, e a deputada do PCP, Paula Santos, sublinharam igualmente a utilidade da fase da especialidade, tendo os três deputados alertado que o parecer do Conselho Superior da Magistratura que deu entrada na AR aponta, nomeadamente, para a necessidade de clarificação dos limites máximos a aplicar a pessoas coletivas.
Na apresentação da proposta, Rita Alarcão Júdice falou em multas até 40 milhões de euros consoante as medidas de natureza político-diplomática violadas.
No debate, a comunista explicou o voto contra do PCP com o facto de o diploma do Governo seguir a "lógica de imposição de sanções de coerção" a países soberanos e "cujo impacto negativo vão ser sobre o povo português".
Pelo Chega, Idalina Durães realçou "o mérito da proposta" e a importância de esta "harmonizar a legislação nacional com o direito europeu", avisando que o partido continuará "a acompanhar com atenção" a implementação do diploma.
Embora a proposta de lei não refira especificamente a Rússia, a diretiva na sua origem foi aprovada no contexto de aplicação de sanções pela invasão da Ucrânia, em 2022, que preveem, entre outras medidas, o congelamento de ativos.
Para a deputada do PSD Carolina Marques, com este diploma ficará assegurado que "Portugal não é utilizado como via de fuga às sanções europeias", através da constituição de um quadro normativo "mais firme" e "mais justo", que distingue entre quem quer contornar propositadamente as medidas diplomáticas impostas e quem o faz involuntariamente.
"Este regime é absolutamente essencial para que a punição exista mesmo e se coloque em prática essa sanção e não apenas no domínio das palavras", frisou o deputado da IL Rui Rocha.
A relevância da proposta foi igualmente assinalada pelo CDS-PP, por João Almeida, e pela deputada única do PAN, Inês Sousa Real.
O diploma seguirá agora para promulgação pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.