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Paulo Raimundo defende investimento público robusto para resolver "drama da habitação"

Secretário-geral do PCP considera que resposta ao problema não pode continuar a ser deixada "nas mãos da banca e dos fundos imobiliários".

19 de setembro de 2025 às 20:38

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu esta sexta-feira a necessidade de um "investimento estatal robusto" para enfrentar o "drama da habitação", considerando que a resposta ao problema não pode continuar a ser deixada "nas mãos da banca e dos fundos imobiliários".

Durante uma tribuna pública promovida pela CDU junto ao W Shopping, em Santarém, o dirigente comunista afirmou que "a vida das pessoas não pode ficar dependente do mercado", sublinhando que o direito à habitação está consagrado na Constituição e deve ser garantido pelo Estado.

"Não estamos a falar apenas de quatro paredes e um teto. Estamos a falar de vidas, de famílias, de crianças", afirmou, defendendo que o Governo deve alocar, pelo menos, 1% do Produto Interno Bruto (PIB) -- cerca de dois mil milhões de euros por ano -- à construção e reabilitação de habitação pública.

Paulo Raimundo criticou ainda as recentes medidas do executivo, acusando-o de "alienar património público" e de "dar mais benesses à banca", em vez de recuperar imóveis para os colocar ao serviço das populações.

"Não vendam o património. Recuperem-no e ponham-no ao serviço das pessoas, com quartos para estudantes e casas para famílias", apelou.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do PCP afirmou ainda que o Orçamento do Estado para 2026 "vai passar", independentemente dos apoios parlamentares que venha a reunir, mas alertou que o conteúdo do documento representa uma "aventura desgraçada" para o país.

O dirigente comunista desvalorizou as notícias sobre um eventual afastamento de um acordo prévio entre o Governo e o Chega, considerando que esse debate "serve apenas para entreter".

"Cada vez que falamos sobre isso, estamos a alimentar um circo. O orçamento vai passar. A única dúvida é saber quem é que, entre o PS e o Chega, vai ser o favorito do Governo nesta corrida", afirmou.

Para Paulo Raimundo, o essencial não está nos apoios que o executivo venha a garantir, mas sim no conteúdo do documento, que, segundo disse, "dá continuidade ao programa do Governo" e "não serve ao país".

"O que aí vem é um orçamento de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, de não resposta ao drama da habitação, de mais benesses fiscais para os grandes grupos económicos, de contenção nos salários e nas pensões", criticou.

A intervenção de Paulo Raimundo em Santarém incluiu ainda referências à precariedade laboral, aos baixos salários e à necessidade de reforçar a rede pública de creches e lares, com o objetivo de garantir "uma vida digna para todos, dos mais novos aos mais velhos".

Paulo Raimundo destacou também a composição das listas da CDU às próximas eleições autárquicas, sublinhando que a coligação é "a única força" a apresentar candidaturas a todos os órgãos municipais no continente e na Madeira. Segundo disse, a CDU conta com cerca de 35 mil candidatos, dos quais 45% são mulheres e 12 mil são independentes.

"É gente que não está aqui para a fotografia. São construtores e protagonistas desta força popular", afirmou, acrescentando que a CDU "não aparece agora" e tem "um património de ligação à vida e aos problemas das pessoas", concluiu.

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