A edição de hoje
Um avião de transporte táctico com origem num consórcio norte-americano e italiano foi recentemente apresentado em Portugal, na Base Aérea de Sintra, e a assistir esteve o ministro da Defesa, Paulo Portas – um gesto muito raro entre governantes portugueses, tendo em conta eventuais acusações de parcialidade.
O avião em causa é o C-27 J Spartan, produzido por uma “joint-venture” entre a fábrica norte-americana Lockheed Martin e a fábrica italiana Alenia Aerospazio, e poderá ser uma das propostas internacionais à substituição do Casa C-212-100 Aviocar, uma aeronave que voa na Força Aérea há trinta anos e que está perto do fim da vida útil.
O Gabinete do ministro da Defesa confirmou a presença de Paulo Portas em Sintra – “a convite da Alenia” – e o convite foi aceite porque o ministro queria “ver um dos aviões que poderá interessar a Portugal”.
No entanto, a “joint-venture” Lockheed-Alenia não deverá ser a única fábrica a trazer as suas aeronaves a Portugal, tendo em vista a substituição dos Aviocar, mas, segundo o Gabinete do ministro da Defesa, “se surgirem demonstrações de outras fábricas” Paulo Portas “estará também presente”.
Aliás, isso mesmo já terá sido comunicado pelo ministro da Defesa ao presidente da EADS, o consórcio que junta a Espanha, a França e a Alemanha, onde surge agregada a CASA a fábrica espanhola que produz o 212 e que poderá querer trazer a Portugal o C-295 - comparável ao C-27 J - ou o mais pequeno CN-235.
É também a EADS o consórcio responsável pelo A400, o avião que estaria na calha para substituir o C-130 na Força Aérea, mas a que Paulo Portas parece preferir o C-130 J da Lockheed Martin, uma vez que poderá estar mais imediatamente disponível. No entanto, ainda não há qualquer decisão definitiva, embora possa surgir no âmbito da nova Lei de Programação Militar, prometida por Paulo Portas para Janeiro.
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