Embaixador de Portugal junto da ONU afirmou que essas missões têm sido uma das expressões mais visíveis "do multilateralismo em ação".
Portugal considerou, esta terça-feira, a prevenção, a sustentabilidade, o financiamento adequado e a adaptabilidade como fatores prioritários para assegurar o futuro das Operações de Paz das Nações Unidas (ONU).
Num debate aberto do Conselho de Segurança sobre o futuro das operações de paz, o embaixador de Portugal junto da ONU, Rui Vinhas, afirmou que essas missões têm sido uma das expressões mais visíveis "do multilateralismo em ação", tendo salvado vidas, impedido a escalada de conflitos e apoiado processos políticos frágeis.
No entanto, tendo em conta que os conflitos estão cada vez mais complexos, transnacionais e prolongados, Portugal defendeu a necessidade de garantir que as operações de manutenção da paz se mantêm eficazes e credíveis.
Vinhas apontou para a importância da sustentabilidade, frisando que o apoio político, o envolvimento regional e as parcerias regionais fortes, especialmente com a União Africana, são cruciais para um resultado bem-sucedido.
"Devemos também esforçar-nos por proteger as operações das crises de liquidez que comprometam a execução dos mandatos (...) E nunca devemos ignorar que, sem financiamento adequado, todo o trabalho e esforços restantes podem acabar por ser em vão", observou.
O debate desta terça-feira acontece num momento em que a ONU enfrenta uma grave crise de financiamento, potenciada por cortes significativos de países como os Estados Unidos.
Tendo em conta essas limitações orçamentais, as Nações Unidas colocaram em marcha a "Iniciativa ONU80" - um projeto que visa mudanças estruturais na própria organização, como a fusão de unidades, eliminação de duplicações funcionais e estruturais, e cortes em funções que são desempenhadas noutras partes do sistema, incluindo nas missões de paz.
Além da necessidade de financiamento adequado, Rui Vinhas destacou também o papel da prevenção, defendendo que as operações de manutenção da paz devem contribuir cada vez mais para a resolução pacífica dos litígios através da mediação, da diplomacia preventiva e dos bons ofícios do secretário-geral.
Por fim, o embaixador português ressaltou a questão da adaptabilidade, afirmando que as missões devem ser adaptadas às realidades no terreno, com mandatos que sejam "exequíveis e politicamente fundamentados".
Defendeu igualmente que a inteligência artificial deve fazer parte dessa adaptação, mas frisou que a agilidade não deve ser feita em detrimento da proteção dos civis e dos direitos humanos, da sensibilização ambiental e climática e da participação efetiva das mulheres e dos jovens.
"Portugal acredita que este é um momento para reafirmar o nosso compromisso coletivo: as operações de manutenção da paz da ONU são cruciais e o apoio dos Estados-membros é essencial", disse.
Portugal, enquanto país que contribuiu com mais de 20 mil efetivos para as Operações de Paz da ONU nos últimos 65 anos, continuará a apoiar os esforços para tornar estas operações mais coerentes e com mais impacto, garantiu o diplomata.
"Como candidato a um lugar não permanente no Conselho de Segurança da ONU para 2027-2028, Portugal continuará a defender uma abordagem integrada, centrada nos três 'Ps': prevenção, parceria e proteção", concluiu.
No próximo ano, Portugal vai concorrer a uma vaga no Conselho e terá como adversários diretos a Alemanha e a Áustria, numa disputa pelos dois lugares de membros não-permanentes atribuídos ao grupo da Europa Ocidental para o biénio 2027-2028.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.