"Lamento profundamente que o PS queira agora politizar uma questão que devia transcender a lógica da política partidária", criticou Tiago Moreira de Sá.
O PSD acusou esta sexta-feira o PS de trazer para a política externa "o pior da luta política interna" e lamentou que os socialistas tenham alinhado com as "posições mais radicais" do BE num voto que considera instrumentalizar António Guterres.
O coordenador do PS na Comissão de Negócios Estrangeiros, Paulo Pisco, tinha esta sexta-feira considerado incompreensível que o PSD tenha votado na quinta-feira contra um texto de solidariedade do BE ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e outro de deputados do PS e BE de solidariedade para o apelo da ONU para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Ambos os votos, apresentados no final de outubro, foram aprovados na quinta-feira na reunião desta comissão pelo PS e BE, com votos contra do PSD e Chega.
Em declarações à Lusa, o coordenador do PSD na Comissão de Negócios Estrangeiros, Tiago Moreira de Sá, acusou o PS de trazer para a política externa "o pior da luta política interna", lembrando que os dois partidos até consensualizaram um texto comum de condenação dos ataques terroristas do Hamas em Israel de 07 de outubro, no qual se salientava que este país tem o direito de se defender "no quadro do direito internacional".
"Lamento profundamente que o PS queira agora politizar uma questão que devia transcender a lógica da política partidária", criticou o deputado social-democrata.
O PSD, explicou, anunciou na reunião de quinta-feira que votaria contra estes textos e que iria apresentar uma declaração de voto.
"Em primeiro lugar, porque considera que o assunto está encerrado e que ninguém beneficia, muito menos o secretário-geral das Nações Unidas, em ressuscitar um assunto que está explicado pelo próprio e bem explicado", disse, referindo-se à polémica que envolveu declarações de António Guterres quando disse que os ataques do Hamas "não aconteceram no vácuo".
Por outro lado, acrescentou, o PSD não aceita "fazer o jogo de uma certa esquerda que quer instrumentalizar o secretário-geral das Nações Unidas para a luta política interna".
"Em terceiro lugar, porque o texto, na sua parte expositiva, é um texto absolutamente radical e eu lamento que o PS esteja a ir atrás -- numa espécie de geringonça da política externa -- das posições mais radicais do BE", criticou.
Tiago Moreira de Sá alertou que toda a parte expositiva do voto "é de um radicalismo que não corresponde à posição do Estado português", um texto de "um partido anti-Israel".
O voto de solidariedade para com o secretário-geral das Nações Unidas foi apresentado pelo BE no final de outubro e, na parte resolutiva, solidariza-se com António Guterres "repudiando os ataques de que tem sido alvo por parte de Israel, e sublinha a necessidade de um cessar-fogo na região, de acesso à ajuda humanitária e de condenação dos crimes de guerra".
Na parte expositiva, o texto refere que "crimes de guerra são crimes de guerra e devem ser tratados como tal venham de onde venham".
"A ofensiva de Israel já tirou a vida a 6.500 pessoas em Gaza, 62% das quais mulheres e crianças. Quarenta instalações da agência das Nações Unidas para a Palestina foram danificadas e 35 dos seus trabalhadores foram mortos. [...] A população civil não pode ser o alvo do exército de Israel nem pode ser admitida uma punição coletiva dos palestinianos de Gaza pelos bárbaros ataques de dia 07 de outubro perpetrados pelo Hamas", lê-se no texto.
O segundo voto, subscrito por deputados do PS e BE e também entregue no final de outubro, expressa solidariedade com o apelo da ONU para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e condena "de forma absoluta e inequívoca os ataques terroristas levados a cabo pelo Hamas em Israel no passado dia 07 de outubro".
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