Em entrevista, o antigo primeiro-ministro deixou ainda críticas à juíza Susana Seca e explica a escolha do antigo advogado de Bruno de Carvalho para o representar.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates afirmou esta quarta-feira que vai votar em Henrique Gouveia e Melo nas eleições presidenciais. Recusou ainda a acusação de estar a recorrer a manobras dilatórias na situação das trocas de advogados e criticou a escolha do juiz Carlos Alexandre para liderar a recém-criada Comissão de Combate à Fraude no SNS.
“Vou votar no almirante Gouveia e Melo, que não conheço. Não gosto de votar em militares mas vou votar nele porque é o que oferece melhores garantias de que nunca aceitará a extrema-direita no poder”, justificou Sócrates durante uma entrevista à CNN Portugal, classificando os restantes candidatos como “moderadozinhos” e “redondinhos”.
Ainda durante a entrevista, Sócrates criticou a presidente do coletivo de juízes que está a julgar a Operação Marquês e explicou que escolheu o seu novo advogado, José Preto, por indicação de Pedro Delille. Sócrates considera que a magistrada despreza os direitos da defesa, “destratou” o seu anterior advogado, Pedro Delille, e “acha que faz o que quer”. “A sra juíza quer transformar isto numa caricatura. Pretende desprezar os direitos da defesa", afirmou Sócrates.
Quanto à escolha de José Preto, Sócrates explicou que escolheu aquele advogado por lhe agradar o currículo do penalista. "Eu tive 20 dias para escolher, para além de ter outras coisas para fazer”, queixou-se Sócrates.
Sobre a escolha do juiz Carlos Alexandre para liderar a recém-criada Comissão de Combate à Fraude no SNS, Sócrates disse que a nomeação é “o pagamento de um favor“. “Só agora é que [o Governo] pôde pagar. Na primeira oportunidade estão a pagar, é o pagamento de um favor”, vincou o ex-primeiro-ministro, considerando que a nomeação está relacionado com a atuação do juiz na Operação Marquês. “O juiz Carlos Alexandre prendeu Sócrates e arranjam-lhe um lugar para ele. Este lugar foi criado para ele. O cargo não tem sentido nenhum. O que se pretende é estigmatizar o SNS”, defendeu o ex-primeiro-ministro.
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