"Marcelo tenta ser outra personagem"

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Correio da Manhã – Ficou desiludido por não ter o apoio do PS?

Sampaio da Nóvoa – Não e já me fizeram essa pergunta muitas vezes. Apresentei-me com independência, não pedi autorização a ninguém.

– Mas surgiu muito cedo. Foi para pressionar esse apoio do PS?

– Foi para permitir esclarecer as pessoas, não fazendo uma espécie de ‘jogo de faz de conta’. Não estive à espera das legislativas nem estive à espera de saber se o candidato A ou B da minha área política se ia apresentar. Julgo que foi a maneira certa de o fazer.

– Acha este governo legítimo?

– Acho-o totalmente legítimo.

– Marcelo Rebelo de Sousa é o seu principal adversário?

– Nunca farei crítica pessoal, nem a Marcelo Rebelo de Sousa nem a outro qualquer candidato, mas farei crítica política. Não me parece normal que um candidato que foi algo durante 45 anos de vida política queira agora parecer outra coisa.

– Disse que Marcelo apoiou a política de direita. E o senhor, o que estava a fazer nessa altura?

– Nessa altura estive na Aula Magna, nas sessões organizadas por Mário Soares contra a política de austeridade. Estive nos movimentos que houve na sociedade a contestar essas políticas de austeridade. E estive na Universidade de Lisboa. Há muita gente que tem muitos anos de comentário, mas não tem obra feita.

– Marcelo tem também uma carreira académica exemplar...

– A verdade é que outras pessoas – e está a puxar a conversa para Marcelo – se limitavam, ano após ano e comentário após comentário, a defender as políticas de austeridade. No fundamental, justificaram essas políticas. É estranho para os portugueses que se tente agora apresentar uma outra personagem. Critico a transformação que não é boa para a transparência da batalha eleitoral.