Líder do Chega recordou que Montenegro, quando se candidatou pela primeira vez a primeiro-ministro, apontou a saúde como a sua grande prioridade.
O candidato presidencial e líder do Chega considerou esta sexta-feira a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
Em declarações aos jornalistas, antes de visitar o comércio local de Vila Franca de Xira (Lisboa), André Ventura foi questionado sobre a mensagem de Natal de Luís Montenegro, transmitida na quinta-feira.
"Eu acho que foi uma mensagem de Natal pouco empática e pouco feliz, porque no momento em que nós estamos, com o país a enfrentar uma situação de saúde bastante grave (...), o primeiro-ministro consegue fazer uma mensagem de Natal sem falar na saúde", disse, considerando que se trata de uma "falha muito grave" e que revela falta de empatia para com "o problema mais intenso da vida das pessoas".
Neste ponto, Ventura questionou também "onde anda o Presidente da República", dizendo que no passado Marcelo Rebelo de Sousa fez alertas sobre este tema.
Sobre o que constou da mensagem do primeiro-ministro - que apelou a que o país adote uma mentalidade de superação, dando como exemplo o futebolista Cristiano Ronaldo -, o candidato apoiado pelo Chega até concordou no princípio.
"Eu acho que sim, nós temos que ter a mentalidade do Cristiano Ronaldo, isso faz sentido. Mas eu tenho a certeza que a mentalidade do Cristiano Ronaldo já tinha resolvido problemas que persistem na saúde há dois, três, quatro, cinco, dez, quinze anos, e que o primeiro-ministro mantém exatamente nos mesmos termos", criticou.
André Ventura recordou que Montenegro, quando se candidatou pela primeira vez a primeiro-ministro, apontou a saúde como a sua grande prioridade.
"Ora, passaram dois anos já de governo, a saúde continua com vários dados a piorar - é verdade que não é só culpa do Governo -, mas com vários dados a piorar, e o primeiro-ministro não tem uma mensagem para a saúde, não tem uma lógica para a saúde", lamentou.
André Ventura desafiou, como já tinha feito no passado, os seus adversários nas eleições presidenciais de 18 de janeiro para um debate exclusivamente centrado na saúde.
"Espero que possam reconsiderar, porque ninguém está a falar de saúde e a saúde é talvez hoje o ponto mais importante da vida dos portugueses (...) Eu gostava que o Presidente, o primeiro-ministro e os candidatos olhassem para o que se passa na saúde em Portugal e dessem uma resposta às pessoas sobre saúde em Portugal, volto a desafiá-los para isto", apelou.
Questionado sobre a leitura política do primeiro-ministro de que não haverá legislativas antecipadas nos próximos 3,5 anos, o líder do Chega respondeu: "Isso não sei".
"Eu espero que não. O país não pode andar de eleição em eleição de seis em seis meses, acho que isso é uma evidência para todos. Mas isso não depende nem de um partido, nem depende da conjuntura (...) Nós não sabemos o que é que vai acontecer, o que eu espero como candidato presidencial é que o país não ande de eleições de seis em seis meses, acho que isso é ideal para a economia, para as pessoas e para a conjuntura. Agora só o futuro saberá isso e depende também, obviamente, do Presidente da República que tivermos", afirmou.
Depois das declarações aos jornalistas, André Ventura fez um breve percurso pelo centro de Vila Franca de Xira, acompanhado por algumas dezenas de pessoas, que iam gritando palavras de ordem como "Portugal é nosso e há de ser", enquanto o candidato cumprimentava alguns dos poucos comerciantes com loja aberta, num dia de tolerância de ponto.
No final, o candidato foi abordado por dois estrangeiros, com um jovem a questioná-lo, primeiro em português e num tom cordial, porque é que o seu partido passa uma mensagem negativa sobre todos os imigrantes em Portugal.
"Há boas e más pessoas em todo o lado", insistiu o jovem, já em inglês, ao que Ventura respondeu "obviamente".
O líder do Chega afirmou depois, em tom também sereno, que a mensagem do seu partido e da sua candidatura é que Portugal "não pode ter cá mais criminosos, já cá tem muitos".
"Acredito que, se as pessoas fossem para o Paquistão, não gostava que mudassem o seu país. É isso que acredito para Portugal e para a Europa", disse, pedindo respeito para os valores cristãos.
"Claro que sim, há cristãos no meu país também", respondeu o jovem, que depois deixou rapidamente o local, enquanto a comitiva gritava "Ventura, Ventura".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.