"Só é preciso três Salazares porque eles deixaram isto tornar-se uma bandalheira completa", argumentou o líder do Chega.
O candidato presidencial André Ventura distanciou-se este domingo dos valores de Abril e voltou a defender a necessidade de "três Salazares" para reerguer Portugal, acusando outras candidaturas de pretenderem vender o país e ajoelharem-se diante de outros.
"Só é preciso três Salazares porque eles deixaram isto tornar-se uma bandalheira completa, só é preciso três Salazares porque deixaram isto inundar de corrupção, só é preciso três Salazares porque deixaram entrar toda a gente sem pedir cadastro", argumentou o também líder do Chega, salientando que, na Madeira, por exemplo, bastava só um ou dois para acabar com a "bandalheira da droga".
Numa intervenção num almoço/comício com autarcas eleitos pelo Chega, no Funchal, Ventura procurou distanciar-se dos valores de Abril e demarcar-se daqueles que considerou os seus principais adversários na corrida a Belém, Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro.
"No dia 18 de janeiro [...] vão estar em causa três projetos de venda do país, de cedência do país, de ajoelhar aos outros, e um outro projeto que é de nunca nos ajoelharmos, de defender a nossa dignidade, de andarmos de cabeça erguida", afirmou.
"Eu não sou o candidato de Abril, eu sou o candidato de Portugal", declarou, reforçando: "É a candidatura da portugalidade, é a candidatura dos nossos valores, é a candidatura da Lusitânia, é uma candidatura que quer unir Portugal e mostrar lá fora que nós queremos mesmo reerguer-nos."
O candidato presidencial e líder do Chega considerou que Portugal anda há demasiado tempo de "cabeça baixa e joelhos fletidos", vincando que agora é preciso ir buscar os jovens que emigraram, dizendo-lhe que "têm de voltar à grande pátria" que é Portugal.
"Nós não queremos este sistema, porque eles nos trouxeram Abril e fingiram que Abril nos resolvia os problemas todos e andámos de cravos pelas avenidas a dizer Abril, Abril, Abril enquanto os jovens tinham que partir para fora, enquanto os ex-combatente morriam na miséria, enquanto gamavam, iam enriquecendo e nós íamos empobrecendo cada vez mais, enquanto era negócios para eles e para os amigos e o país ia empobrecendo e ficando mais humilhado", argumentou.
André Ventura criticou as candidaturas de António José Seguro, Marques Mendes e, sobretudo, a de Gouveia e Melo, pelas posições que assume face à imigração e por considerar como modelo o antigo Presidente da República Mário Soares.
"Temos de vencer porque este país tem de ser posto na ordem", declarou, mostrando-se confiante de que a Madeira lhe dará a vitória na primeira volta.
No seu discurso, várias vezes interrompido por fortes aplausos, André Ventura reafirmou serem precisos três Salazares para endireitar o país, expressão usada na sexta-feira numa entrevista à SIC.
Em relação aos autarcas eleitos pelo Chega, André Ventura alertou-os para os desafios da governação de proximidade, vincando a obrigação de combater a corrupção e acabar com a "mama" que diz estar instalada nas autarquias.
"O poder de proximidade é o poder de influência e em democracia esta influência tem de ser bem usada, porque rapidamente a influência de torna em corrupção, rapidamente se torna em tráfico e rapidamente se torna em amiguismo", avisou.
Ventura mostrou-se confiante de que o presidente da Câmara de São Vicente, no norte da ilha da Madeira, um dos três municípios conquistados pelo Chega nas eleições de 12 de outubro, a par com Entroncamento (Santarém) e Albufeira (Faro), vai conseguir "cortar a mama dos que andam a viver à conta dos sistemas públicos há muitos anos", mesmo que isso custe votos.
"Acreditem nisto, que se lixem as eleições", declarou, sustentando que o dever dos eleitos do Chega é o de serem íntegros e verdadeiros.
André Ventura terminou hoje uma visita de dois dias à Madeira, onde assistiu à tomada de posse do novo executivo da Câmara Municipal de São Vicente, no sábado.
São Vicente foi a primeira autarquia conquistada pelo Chega nas eleições de 12 de outubro, com 49,23% dos votos, contra 38,93% da coligação PSD/CDS-PP, que liderava o município desde 2021, sinalizando a entrada do partido de extrema-direita na governação autárquica na região autónoma.
O novo executivo, liderado por José Carlos Gonçalves, é agora composto por três eleitos do Chega e dois da coligação PSD/CDS-PP.
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