Líder do Chega e candidato presidencial criticou o "mau sindicalismo", mas admitiu que "há razões para um descontentamento geral".
O líder do Chega e candidato presidencial André Ventura disse esta quarta-feira esperar que "o país não pare" na greve geral, mas considerou que o primeiro-ministro teve uma "reação descontextualizada" face à convocatória e está a cometer um erro.
"Espero que o país não pare [quinta-feira], esse é o meu desejo, que a economia não pare, que não tenhamos como país um prejuízo de centenas de milhões de euros, e esse é um desejo que tenho. Mas não se pode deixar de reconhecer que há razões para um descontentamento geral", reconheceu André Ventura, em declarações aos jornalistas na freguesia de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra.
O líder do Chega falava à margem de uma ação de pré-campanha para as presidenciais de janeiro, altura em que fez questão de realçar a "reação um pouco descontextualizada e um pouco fraca até do primeiro-ministro" face à greve.
Ventura reiterou que o Chega "fez tudo" para evitar que a greve fosse convocada, disponibilizando-se a negociar com o Governo alterações à lei laboral, e considerou que o executivo liderado por Luís Montenegro está a cometer "um erro político, social e humano" e a gerar na população "uma enorme insegurança e uma enorme sensação de desrespeito".
O presidente do Chega deu como exemplo a revogação, prevista no anteprojeto do Governo, da norma que prevê restrições ao 'outsourcing' em caso de despedimento, considerando que não está em causa produtividade e que esta eventual decisão transmite às pessoas a ideia de que são "descartáveis".
"Não posso deixar de me manifestar contra uma lei que é um bar aberto para despedimentos, que é um ataque às pessoas que trabalham por turnos, com horas extraordinárias, e que nos pontos que era mesmo preciso fazer mudanças, não foram feitas", criticou.
Ventura acusou o Governo de ter optado "pelo caminho mais fácil, daquela velha direita um pouco já desatualizada", ao querer criar "uma espécie de selva do mercado laboral".
"Parece uma coisa mais definitivamente da Iniciativa Liberal do que do PSD", atirou.
O líder do Chega argumentou ainda que, ao propor uma lei que "dá a ideia a todos os que trabalham que são descartáveis", o Governo está a transmitir a sensação de que "o trabalho não vale nada".
Na ótica de André Ventura, a direita política deveria focar-se em "evitar a subsidiodependência".
"Ora, esta lei vai no sentido contrário, vai no sentido de dizer a quem trabalha que vai ter mais dificuldades ainda, que vai ter menos direitos. Isto é um erro", insistiu.
Apesar de criticar o pacote laboral apresentado pelo Governo, Ventura voltou a lamentar o "mau sindicalismo" e também criticou a supressão de comboios já registada esta quarta-feira e pela Comboios de Portugal (CP), na véspera da greve, afirmando que existem pessoas que já pagaram o passe mensal ou compraram bilhetes e ficaram sem viagem.
O presidente do Chega foi ainda questionado sobre as declarações de Luís Montenegro, que esta quarta-feira, no Porto, afirmou que o objetivo de chegar a um salário mínimo nacional de 1.600 euros é realista, depois de também ter afirmado, no sábado, que quer o salário médio nos "2.500, 2.800 ou 3.000 euros".
Ventura concordou com a necessidade de subir o salário médio, alertando que está cada vez mais próximo do mínimo, mas realçou que tal "depende do trabalho que o Governo fizer na economia".
"Eu não sei se o Governo vai ter a mesma estratégia para a economia que teve para a lei do trabalho. Se tiver, é errada mesmo. Até agora não vi este Governo fazer nada que fosse, do ponto de vista económico, bom para o país", lamentou.
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