Para a presidente da AVIPG o incêndio de Pedrógão Grande "só foi tragédia porque morreu muita gente".
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A Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) lamentou esta quinta-feira uma certa passividade da sociedade portuguesa relativamente aos incêndios, o que a levou a tolerar anteriores mortes e danos materiais causados pelo fogo.
Para a presidente da AVIPG, Nádia Piazza, o incêndio que eclodiu no concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, no dia 17 de junho, "só foi tragédia porque morreu muita gente".
O facto de 65 pessoas terem perecido devido ao fogo que começou na povoação de Escalos Fundeiros, tendo alastrado a municípios vizinhos e provocado também mais de 200 feridos, é que levou a sociedade a encarar este desastre ambiental e humano de forma diferente, afirmou.
Ao longo do tempo, "foi havendo alguma insensibilidade" face à devastação cíclica da natureza e à morte de pessoas, designadamente bombeiros, mas, desta vez, "morreram muitas" e essa circunstância, segundo Nádia Piazza, "é que chocou" os portugueses e o mundo.
A líder da AVIPG intervinha no auditório do Polo II da Universidade de Coimbra, no final de um seminário subordinado ao tema "As lições de Pedrógão Grande", promovido pela equipa do cientista Xavier Viegas, em que participaram cerca de 200 investigadores, autarcas, bombeiros e dirigentes da Proteção Civil, além de outros especialistas e profissionais.
"Não devia morrer nunca uma pessoa" devido aos fogos, mas houve "uma tolerância que fomos ganhando" perante os múltiplos incêndios que durante décadas, geralmente no verão, mas ultimamente também noutros meses do ano, assolaram as zonas florestais de Portugal, de norte e a sul, referiu.
Sendo verdade que quase todos os anos morrem portugueses na sequência de fogos que também provocam milhões de euros de prejuízos aos cidadãos e ao Estado, "morrer muitas pessoas é que choca" e acaba por despertar a sociedade para o problema.
"As pessoas vão esquecendo, mas desta vez foi demais", afirmou Nádia Piazza, frisando que os concelhos devastados pelo incêndio de Pedrógão, há quase meio ano, deram lugar nos últimos anos a "um território altamente inflamável", com a supremacia do eucalipto sobre as folhosas e demais espécies autóctones.
A abertura da A13 ao trânsito, nesta década, permite confirmar que se trata de "um território altamente carregado de material combustível", lamentou.
"Estamos no meio da pólvora", denunciou a representante das vítimas do incêndio Pedrógão Grande, que na sua opinião "já era anunciado" como tragédia a "acontecer mais tarde ou mais cedo".
Para o futuro, importa "começarmos a trabalhar para a autoproteção e a resiliência" das populações que continuam a habitar as vilas e aldeias daquela região, disse.
Com o projeto "Aldeias resilientes", em colaboração com outras entidades, a AVIPG quer ajudar 25 aldeias de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos a recuperar ancestrais responsabilidades das comunidades na área da proteção, sem esperar pelos resultados das medidas estruturais do Estado e das autarquias.
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