A edição de hoje
Emigrantes portugueses decisivos para o desempate entre o segundo e o terceiro classificado. Resultado e composição da Assembleia da República conhecidos na quarta-feira.
A classificação final das legislativas antecipadas de 18 de maio começa esta terça-feira a definir-se, com o início da contagem dos votos da emigração. Em jogo está a liderança da oposição entre PS e Chega, o desempate entre o segundo e o terceiro lugar. São quatro os deputados por atribuir, escolhidos por 1 584 722 eleitores nos círculos dentro e fora da Europa. Destes, apenas 5832 optaram pela votação presencial, em secções e postos consulares: a maioria (1 578 890) participou na eleição para a Assembleia da República através de carta.
Até sexta-feira, 296 283 boletins de emigrantes residentes no estrangeiro tinham chegado a Portugal, o que representa 18,77% dos inscritos. Os números, divulgados na segunda-feira pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, estão em linha com os do ano passado (19,42%). As assembleias de recolha e contagem dos votos decorrem no Pavilhão 3 da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações.
Serão considerados os envelopes que chegarem até ao final do dia de amanhã, quando se ficará a conhecer o resultado e, por consequência, a composição do Parlamento para a nova legislatura.
As eleições de 2024 romperam com duas décadas de bipartidarismo no estrangeiro, com André Ventura a intrometer-se entre sociais-democratas e socialistas, que conquistaram um mandato cada um. O Chega, que ganhou em número de votos fora do País, conseguiu então eleger dois parlamentares. E se este ano repetir o desempenho ultrapassa o PS. Os dois estão, para já, empatados com 58 deputados.
As duas listas da AD são encabeçadas por José Manuel Fernandes (ministro da Agricultura) e José Cesário (secretário de Estado para as Comunidades). O Partido Socialista tem como candidatos Emília Ribeiro e Vítor Silva (ambos emigrantes, o primeiro em França e o segundo no Canadá). Ventura decidiu apostar nos mesmos nomes dois nomes do ano passado, José Dias Fernandes (que antes esteve ligado ao CDS-PP) e Manuel Magno Alves (que já tinha tentado ser eleito pelo PSD).
Paris, capital francesa onde apenas 31 votaram presencialmente, destaca-se como o consulado com mais eleitores (217 022). No extremo oposto está Astana, no Cazaquistão, com sete portugueses maiores de idade.
E TAMBÉM
Criticado
O advogado José Miguel Júdice criticou o ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. “A incompetência dele via-se, cheirava-se”, disse ao ‘Observador’. “Constâncio deu 10 anos de maioria absoluta [a Cavaco Silva], mudou a História de Portugal. Este [Pedro Nuno Santos] está a fazer o mesmo”, afirmou.
Marcelo volta a ouvir
O Presidente da República avançou na segunda-feira que voltará a ouvir PSD, PS e Chega na quinta-feira, dia em que poderá indigitar o primeiro-ministro.
Elogiado
O candidato presidencial Luís Marques Mendes elogiou na segunda-feira a postura de José Luís Carneiro, que manifestou abertura a entendimentos com a AD, salientando que isso pode permitir que haja um “Governo de legislatura” e que se façam reformas. “Isto é novo na política portuguesa nos últimos anos e nós devemos valorizar isto”, sublinhou.
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