Irmão Bourbon admite ter comprado ácido

Adolfo diz que executou tarefas e que comprou o ácido onde o corpo do empresário foi dissolvido.

26 de outubro de 2017 às 01:30
Adolfo Bourbon Foto: CMTV
Pedro Bourbon era quem ‘mandava’ no grupo Foto: CMTV
Manuel Bourbon Foto: CMTV
Pedro Bourbon, Tribunal de Instrução Criminal do Porto, João Paulo Fernandes, Emanuel Paulino, Manuel, Braga, Adolfo, advogado, bruxo Foto: Direitos Reservados

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Adolfo Bourbon, um dos arguidos acusados pela morte do empresário João Paulo Fernandes, referiu na perícia psiquiátrica – que fez no âmbito do processo da Máfia de Braga – que está a ser julgado por causa do irmão Pedro Bourbon e do bruxo da Areosa. Contou que foi chamado para executar tarefas e que comprou o ácido sulfúrico no qual o corpo da vítima foi dissolvido. Garantiu que não sabia, no entanto, qual seria o fim dado ao produto.

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"Eu executei coisas que eram normais sem saber o fim, fui traído pelo meu irmão mais velho. Sinto-me revoltado, não consigo olhar para a cara dele", explicou durante a perícia Adolfo, que é economista.

O arguido disse ainda que não pode assumir a culpa do irmão Pedro Bourbon. "Quando o meu pai morreu, o meu irmão mais velho tomou conta da casa e agora percebemos que ele sempre quis tudo só para ele", disse Adolfo.

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Já a perícia que foi realizada a Pedro Bourbon revela aspetos muito negativos, classificando o advogado como sendo uma pessoa com características que geralmente são "observadas na psicopatia" e que possui falta de empatia.

"O seu funcionamento psicológico pauta-se pela tendência a baixa ressonância afetiva, comportamentos de manipulação, superficialidade nas relações afetivas, desresponsabilização e autodesculpabilização e uma marcada necessidade de enaltecer as suas características pessoais", lê-se no documento.

Pedro Bourbon, que é tido como sendo o mandante do crime, voltou ainda durante a perícia a acusar os irmãos Adolfo e Manuel e o bruxo. Disse que os três arguidos "arquitetaram um plano para obterem benefício financeiro" e que ele apenas foi confidente deles.

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"Sou vítima do processo por ser amigo do senhor Emanuel Paulino e por ter falado com ele ao telefone", disse o advogado na perícia, que revela ainda que este age de forma premeditada.

Multimilionário diz que bruxo da Areosa era "um rei e líder" 

O Tribunal de São João Novo, no Porto, que está a julgar o caso do rapto e morte do empresário de Braga ouviu ontem Abel Guerra, um multimilionário, que revelou que Pedro Bourbon e o bruxo foram com João Paulo e o pai deste a Andorra para criarem uma offshore, com vista a esconder bens.

"O senhor Paulino era o rei, o líder indiscutível. Ele tinha as ideias e o Pedro colocava-as em prática", disse Abel, que garantiu que Bourbon e o bruxo costumavam falsificar contratos.

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Cala-se no tribunal mas admite factos durante exame 

Hélder Moreira, o dono do armazém onde o cadáver foi dissolvido, admitiu ter estado envolvido nos factos durante a investigação. No julgamento calou-se, mas já durante a perícia voltou a revelar o que viu.

Descreveu mais uma vez que a 12 de março de 2016, o dia seguinte ao rapto, viu o bruxo e os irmãos Adolfo e Manuel com máscaras e fatos e que o ar no interior do armazém era "irrespirável".

PORMENORES 

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Devia ter cortado ligação

Manuel Bourbon realizou também uma perícia e disse que deveria ter cortado a ligação que tinha com o bruxo e com o irmão Pedro Bourbon.

Assume erros

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Manuel, que também é advogado, disse durante a perícia que cometeu erros, mas que não estão relacionados com estes crimes de que está acusado.

Dispensam testemunho

O tribunal dispensou ouvir o testemunho da mãe de João Paulo, uma vez que esta estará num estado psicológico muito debilitado.

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