Explosão de foguetes mata e faz 30 feridos
Rebentamento de explosivos aconteceu quando decorria missa em honra de Nossa Senhora da Moita.
Uma falha no manuseamento de explosivos provocou esta quarta-feira a explosão em série de várias dúzias de foguetes que estavam prontos a serem lançados no final da procissão em Honra de N. Srª da Moita, em Gondelim, Penacova.
Mais de uma centena de pessoas estava no interior e nas imediações da capela a rezar na missa quando duas fortes explosões, ouvidas a cerca de 10 quilómetros de distância, provocaram um morto, 30 feridos que foram assistidos em três hospitais de Coimbra, e o pânico entre a população.
A vítima mortal, André Batista, de 30 anos, estaria a trabalhar para a empresa de Cantanhede que tinha fornecido o material pirotécnico para a festa secular.
As explosões ocorreram pelas 12h30, separadas por escassos segundos. O impacto dos rebentamentos foi de tal ordem que os instrumentos dos elementos da Banda Filarmónica de Coja (Arganil), que estava no piso superior da capela, voaram para cima dos fiéis, assim como parte do teto e os candeeiros da capela.
A maioria dos feridos foram atingidos por vários destroços provocados pela explosão. Telhas e janelas de algumas habitações localizadas junto da capela voaram vários metros.
As pessoas entraram em pânico e fugiram do local em desespero, situação que provocou vários atropelamentos. Daniel Gonçalves, mestre da banda filarmónica, descreve a confusão que se viveu. "Alguns elementos da banda também ficaram feridos. As pessoas ouviram o estrondo e tentaram sair o mais rápido possível da capela", disse.
"A sorte é que na altura estava a chover e a maioria das pessoas estava na capela, senão seria uma tragédia maior", referiu Artur Simão, morador na aldeia. "Ainda estou a tremer", desabafou Ana Ribeiro, que estava na capela e escapou ilesa.
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra confirmou que recebeu 30 doentes "provenientes da explosão" - cinco são crianças. A PSP e PJ investigam as causas da explosão.
PORMENORES
Vítima mortal
André Batista, a vítima mortal, era de Palheiros, Coimbra. Trabalhava numa unidade hoteleira e ao mesmo tempo colaborava com a empresa de pirotecnia.
Dois feridos graves
Dos 30 feridos assistidos nos Hospitais de Coimbra, dois estão em estado grave. Um foi ao final da tarde operado e o outro está ventilado mas estável.
Meios de socorro
O socorro às vítimas foi realizado por 60 bombeiros de várias corporações da região e por várias equipas do INEM.
Oito mortes em Lamego há um ano
Precisamente um ano depois, as famílias vão ainda recuperando enquanto aguardam pelas indemnizações do seguro de acidentes de trabalho. Os processos judiciais estão em curso.
Macário Rebelo, presidente da Junta de Avões, indicou ontem que um dos filhos de Egas Sequeira retomou o negócio apenas com venda, sem produção de produtos pirotécnicos, com o apoio de irmãs. Um ano depois a família tenta, a pouco e pouco, retomar a normalidade possível depois da tragédia.
A explosão inicial terá ocorrido num paiol onde os trabalhadores manuseavam explosivos. Uma carrinha com foguetes estava a ser carregada nas proximidades.
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