Falta de segurança mata oito pessoas em fábrica de Lamego
Morte de proprietário obriga a arquivar processo.
A investigação às explosões na fábrica de pirotecnia, em Avões, Lamego, concluiu que não foram cumpridas várias regras de segurança que culminaram na morte de oito pessoas, a 4 de abril do ano passado. E, por isso, o responsável por estas mortes seria Egas António de Sequeira, o único sócio e gerente da empresa.
Contudo, o homem está entre as vítimas mortais e por isso deixa de haver responsabilidade criminal. Por esse motivo, o Ministério Público determinou que o caso fosse arquivado, apurou o CM
Nesse dia, pelas 18h00, eclodiu a primeira de pelo menos quatro explosões. A investigação não conseguiu apurar a causa da primeira explosão, mas não tem dúvidas que as explosões seguintes só aconteceram devido à violação das regras de segurança.
Segundo o relatório do Departamento de Armas e Explosivos da PSP de Lisboa "foram violadas, pelo menos, cinco regras de segurança – como excesso de lotação em termos de matéria ativa em vários edifícios; excesso de pessoas e produção de artigos pirotécnicos em quantidades superiores face à capacidade de armazenamento – que caso tivessem sido cumpridas teriam evitado as restantes explosões e, por conseguinte, a morte das outras vítimas e demais estragos".
As explosões provocaram danos nos edifícios, bem como a destruição de sete veículos. Verificou-se também um incêndio florestal.
Ninguém escapou à morte na fábrica
Na altura em que aconteceram as explosões estavam no espaço da fábrica oito funcionários. Todos morreram. Para além do dono da fábrica, perderam a vida a filha Susana; a sobrinha Ana Sofia; três genros de Egas António de Sequeira e ainda dois funcionários.
PORMENORES
Empresa com 11 edifícios
A firma tinha 11 dependências. Casa do porteiro, instalações sanitárias, oficina de fabrico e telheiro, oficina de têmperas, depósito de matérias-primas 1, depósito de matérias-primas 2, depósito de têmperas, oficina de cores, depósito de cores, depósitos de canudos carregados e de fogo feito.
Detonação inicial
A primeira explosão aconteceu no edifício número 4, durante o manuseamento de composições pirotécnicas. Os efeitos alastraram aos edifícios 3, 5, 6 e 7.
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