Dezenas de ambulâncias retidas nas urgências em hospital de Penafiel
Mulher de 68 anos com falta de ar espera 10 horas para ser atendida, com pulseira laranja.
Vinte e cinco ambulâncias de várias corporações do Vale do Sousa paradas, largas dezenas de utentes e familiares a aguardar no exterior e tempos de espera de várias horas.
Foi este o cenário vivido na Urgência do Hospital Padre Américo, Penafiel, na noite de domingo. O centro hospitalar reconhece "picos anormais decorrentes da vaga de calor dos últimos dias", mas garante que "os recursos humanos afetos à Urgência foram os necessários e foi feito o reforço nos momentos em que foi aconselhável".
"A minha avó tem 68 anos, tinha falta de ar, recebeu pulseira laranja às 17h00 e só foi atendida depois das 03h00. É inadmissível", contou Ana Moreira, familiar de uma utente.
A Urgência do Hospital Padre Américo recebeu, no domingo, 653 utentes, quando a média ronda os 450. Fonte hospitalar refere picos de afluência das 08h00 às 12h00 e das 20h00 às 00h00, e um tempo de espera médio (todas as pulseiras) de três horas.
Esta segunda-feira de manhã, o tempo de espera já era mais aceitável, mas, ainda assim, com cerca de 50 minutos para os portadores de pulseira amarela e mais de uma hora para quem tinha pulseira verde. "A situação tem vindo a normalizar-se", indicou a unidade hospitalar.
O Hospital Padre Américo tem, também, tempos de resposta muito elevados para consultas de algumas especialidades. De acordo com a página do Serviço Nacional de Saúde na internet, os casos prioritários de Cardiologia têm que aguardar 529 dias (cerca de ano e meio) por uma consulta.
Mesmo as situações muito prioritárias nesta especialidade estão sujeitas a uma espera de 190 dias, ou seja, mais de meio ano.
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