Amianto espalhado pela serra de Monchique ameaça famílias

Moradores pedem intervenção antes da chegada da chuva, que pode contaminar a água.

05 de outubro de 2018 às 09:29
Escombros resultaram do incêndio que, há dois meses, atingiu os concelhos de Monchique, Portimão e Silves Foto: Pedro Noel da Luz
7º dia de incêndio em Monchique Foto: Reuters / Pedro Nunes
7º dia de incêndio em Monchique Foto: Reuters / Pedro Nunes
7º dia de incêndio em Monchique Foto: Reuters / Pedro Nunes

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Há pelo menos seis situações graves de pessoas a viver em habitações perto de amianto em resultado da destruição provocada pelo incêndio que, há dois meses, atingiu os concelhos de Monchique, Portimão e Silves. Os casos foram sinalizados, pela plataforma de voluntários Ajuda Monchique, em Carolo, Alferce, Foia e Pardieiros, todos no concelho de Monchique.

Shanti Fernandes, uma das responsáveis pela plataforma explicou ao CM que "as pessoas estão desesperadas, várias não têm noção do perigo que representa para a sua saúde". E dá um exemplo chocante: "ainda esta semana encontrámos o caso de um homem que sem perceber o risco que corria fez uma fogueira com amianto".

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Outro caso é o de um homem com uma grande limitação motora e que já teve de arrastar-se pelo chão, em cima desta matéria perigosa para a saúde pública.

A plataforma voluntária que diariamente ajuda vítimas do fogo tem "44 casos listados de habitações com escombros, entre os quais amianto, que foram comunicados à autarquia". Mas, lamentam, até agora não receberam resposta.

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"Ainda esta semana encontrámos mais três famílias com amianto próximo de casa", refere Shanti Fernandes. Um dos moradores afetados, que o CM ouviu, é Francisco Carmo, de 33 anos. Reside numa área onde o amianto está espalhado por cerca de 300 m2. Há pelo menos cinco crianças, num total de seis famílias, a morar naquela área.

"Falámos com a câmara mas não terão recursos financeiros, pediram para aguardar. Só peço que haja um apoio urgente para retirar este material tóxico, a chuva poderá agravar este cenário porque contaminará a água", diz Francisco.

O CM tentou contactar a autarquia mas sem sucesso.

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