Mulheres encontradas mortas após duas queimadas
Calor excessivo para a época torna queimadas de sobrantes uma atividade perigosa.
"As queimadas são perigosas, mas as pessoas, sobretudo as pessoas mais idosas, teimam em fazê-las sem ter em conta as circunstâncias climatéricas. Dá a impressão de que estava toda a gente à espera do dia 15 para começar a fazer queimadas." A afirmação é de Filipe Guimarães, comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, concelho onde, no espaço de três dias, as queimadas mataram duas mulheres.
Maria Fernandes Xavier, de 84 anos, moradora no lugar de Paredes, freguesia de Padroso, resolveu, na terça-feira de manhã, queimar os restos das podas, antes das chuvas anunciadas para o próximo fim de semana. O fogo ganhou intensidade e o fumo intoxicou a octogenária, que se encontrava no campo sozinha.
Ainda os bombeiros de Arcos de Valdevez não tinham concluído o expediente relativo à morte de Maria Fernandes Xavier, quando receberam o alerta para mais uma mulher carbonizada devido a uma queimada descontrolada. Tratava-se de Isaura Almeida Barbosa, de 71 anos, residente no lugar de Vilela, na freguesia de Grade.
O corpo, carbonizado, foi encontrado por populares na terça-feira, pelas 21h00. Os vizinhos aperceberam-se do desaparecimento da mulher na segunda-feira, mas pensaram que estaria no interior da habitação. Só no dia seguinte é que deram o alerta. "Acabámos por encontrar o corpo no terreno mais distante", disse a vizinha Dalila Fernandes.
Marco Domingues, comandante distrital da Proteção Civil, pede às pessoas para terem cuidado nas queimadas.
PORMENORES
Ameaça de chuva
O anúncio por parte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) de que há chuva intensa a partir de amanhã levou a que muita gente aproveitasse para realizar as queimadas agora.
Intoxicadas
Em ambos os casos, as mulheres sucumbiram à intoxicação pelos fumos, acabando por ser tornarem vítimas das chamas. Isaura Barbosa também foi apanhada pelo fogo e ficou carbonizada.
Fogo agressivo
O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez diz que o fogo está hoje muito mais agressivo do que há uma ou duas décadas, referindo que as alterações climáticas têm contribuído para isso.
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