Português tenta matar a mulher em hotel de Vigo e arrisca pena de prisão de 12 anos
MP pede que Carlos Pinto fique 10 anos com pulseira eletrónica após sair da prisão.
Doze anos de cadeia, mais 10 anos de proibição de se aproximar da vítima depois de cumprida a pena de prisão - com controlo por pulseira eletrónica - e 15 mil euros de indemnização pelas lesões e sequelas físicas e psicológicas. É a pena que Carlos Inácio Pinto arrisca pela tentativa de homicídio da mulher, Eliza, num quarto de hotel, em Vigo (Espanha), a 2 de maio de 2016. A acusação, que o CM consultou, refere que o empresário, de 59 anos, agiu "com a intenção de acabar com a vida" de Eliza, de 29.
O casal mantinha uma relação há sete anos, tinha casado em setembro de 2015 e havia viajado para Vigo, num BMW 730, no dia anterior. Pelas 08h20, o arguido aproveitou o momento em que Eliza tomava banho e, quando ela estava agachada a pôr creme no corpo, deu-lhe um forte golpe no pescoço com um maço de calceteiro. Depois, indica a acusação, golpeou-a na cabeça "reiteradas vezes". Eliza caiu ao chão. Carlos Pinto colocou-se em cima dela, agarrou-a com força pelo pescoço, com as duas mãos, e bateu com a cabeça da mulher no chão.
Eliza sofreu um traumatismo cranioencefálico, diversos ferimentos e hematomas no corpo. Ficou com quatro cicatrizes na cabeça e outra no calcanhar, e sofre de stress pós-traumático.
O empresário está em prisão preventiva, em Espanha, desde maio de 2016. Veio a Portugal para ser julgado, em Santo Tirso, por fraude fiscal - sentença é terça-feira. Começa a ser julgado em Espanha pela tentativa de homicídio na quinta-feira.
PORMENORES
Sem confronto com vítima
O Ministério Público espanhol pediu que, em julgamento, seja evitado o confronto visual entre agressor e vítima. Eliza deve ser ouvida por videoconferência.
Já condenado em Viseu
Carlos Pinto já foi condenado, em Viseu, a 4 anos de prisão por fraude fiscal - dedução indevida de IVA no valor de 1,5 milhões.
Extradição foi travada
O Julgado de Violência sobre a Mulher de Vigo travou a extradição para julgamento de fraude em Portugal por estar em curso a fase de instrução em Espanha.
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