205 pessoas processam EDP por prejuízo com fogo no Algarve

Habitantes da Serra do Caldeirão perderam habitações e culturas agrícolas no incêndio de 2012.

08 de maio de 2019 às 09:39
Queixosos destacam que após o incêndio ficou um manto cinzento por cima da serra do Caldeirão Foto: Lusa
justiça, balança, Foto: Getty Images
justiça, balança Foto: Getty Images
Juiz, toga, martelo Foto: Getty Images

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Começou esta terça-feira o processo cível de pedido de indemnização de 205 pessoas que foram afetadas pelo grande incêndio de 2012, que afetou os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel e destruiu mais de 26 mil hectares de terrenos, entre habitações e produções agrícolas.

Os lesados, representados no Tribunal de Tavira pela Amcaldeirão - uma associação criada para este mesmo efeito - querem apurar responsabilidades do incêndio, uma vez que a origem do fogo foi num parque eólico da EDP.

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"As pessoas perderam casas, as culturas agrícolas... as suas principais fontes de rendimento. Depois do incêndio o cenário era um manto cinzento por cima de uma serra que antes tinha vida, com árvores e animais, que desapareceram por completo. Muitas pessoas já se esqueceram do incêndio porque foi há sete anos, mas quem ficou afetado ainda hoje sofre", lamentou, na sessão de julgamento, Ana Santos, uma das responsáveis pela Amcaldeirão.

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No banco dos réus estão a EDP e a CME, subcontratada pela empresa para as obras no parque eólico. Já houve um processo criminal que se realizou também no Tribunal de Tavira, mas não chegaram a ser apurados quaisquer culpados.

"Doze trabalhadores [da CME] estavam a fazer a colocação de linhas de energia da EDP no local e à hora em que começou o fogo mas, a nível de processo criminal, não foram descobertos culpados", lamentou Paulo Martins, advogado dos lesados, "que querem que sejam apuradas responsabilidades" e que seja paga "a indemnização justa a que têm direito".

PORMENORES 

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Valor a definir

Devido ao elevado número de lesados, não foi definido um valor indemnizatório. A defesa quer que esse valor seja atribuído pelo tribunal, após formar uma comissão para avaliar os estragos.

4 dias a arder

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O incêndio, que passou do concelho de Tavira para o de São Brás de Alportel, esteve a arder durante quatro dias, entre 18 e 21 de julho de 2012. Arderam 26 mil hectares de áreas florestais e agrícolas.

Milhões de euros

Segundo as contas das duas autarquias na altura, este incêndio provocou prejuízos de mais de 24 milhões de euros. No terreno chegaram a estar mais de 1100 operacionais e 13 meios aéreos.

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