Utentes responsabilizam administração da Soflusa pelos problemas nos barcos

Comissão de Utentes dos Serviços Públicos lembra que já tinha alertado para os problemas na empresa.

15 de maio de 2019 às 16:19
Utentes responsabilizam administração da Soflusa pelos problemas existentes Foto: Facebook
Embarcação da Soflusa Foto: Pedro Catarino
Embarcação da Soflusa Foto: Pedro Catarino

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A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro (CUSPAS) defendeu esta quarta-feira que os problemas na Soflusa são "inteiramente da responsabilidade da administração" da empresa que pretende "atirar a culpa para cima dos trabalhadores".

Em comunicado, a CUSPAS lembra que já tinha alertado para os problemas na empresa, adiantando que "persiste a degradação do serviço dos transportes fluviais da Soflusa nas ligações Barreiro-Lisboa-Barreiro".

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Segundo a CUSPAS, há utentes "a quem é descontado o tempo de atraso sem que isso corresponda a qualquer responsabilidade sua", frisando que a responsabilidade "é inteiramente da Administração da Soflusa e dos sucessivos governos que não tomaram, em devido tempo, as medidas de renovação da frota e o necessário aumento do quadro de pessoal da empresa".

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"De pouco serve a administração da Soflusa vir, sucessivamente, pedir desculpas aos utentes alegando constrangimentos de ordem laboral. Esta justificação, precária, mas não ingénua, pretende atirar a culpa para cima dos trabalhadores da Soflusa", acrescentam no documento.

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro "não aceita tais desculpas e exige, em nome dos utentes e com a legitimidade de quem, reiteradamente, tem vindo a alertar para as constantes falhas, a resolução dos problemas estruturais existentes".

"Como forma de reforçar o seu protesto e as suas reivindicações, a CUSPAS reiterou o pedido para que se realize, o mais urgente possível, uma reunião com o Conselho de Administração da Soflusa", pode ler-se ainda no documento.

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A Comissão de Utentes acrescentou ainda que pediu reuniões com as administrações de várias empresas de transportes com intervenção na região.

A CUSPAS, juntamente com outras comissões de utentes, irá estudar formas de luta e protesto a propor aos utentes na convicção de que "não pode aceitar a inércia e falta de vontade em resolver os problemas dos cidadãos", referem.

A Soflusa anunciou na terça-feira não conseguir prever quando vai repor as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, que começaram a ser suprimidas desde sexta-feira devido à greve às horas extraordinárias dos mestres, por faltarem 24 destes profissionais.

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Em resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a Soflusa esclareceu na terça-feira que, "dada a escassez de tripulantes habilitados a exercer a função de mestre, ainda que existam esforços da empresa e um diálogo permanente com a comissão de trabalhadores e sindicatos, não pode prever a reposição da normalidade operacional".

As supressões de horários, no período noturno, "resultam do agravamento das limitações de recursos humanos na empresa".

Em falta, detalhou a Soflusa, estão 24 mestres para "assegurar a totalidade dos horários comerciais".

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Além disso, os mestres estão em greve às horas extraordinárias, depois do pré-aviso de greve do Sindicato dos Transportes Fluviais Costeiros e da Marinha Mercante, a qual se prolonga até 31 de dezembro deste ano.

A empresa adiantou ainda que abriu concurso para as vagas de mestres e "aguarda, a todo o momento, autorização para a contratação" de mais trabalhadores.

A Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa.

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