Chefes do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier apresentam demissão

Em causa está o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral.

29 de julho de 2022 às 11:37
Hospital São Francisco Xavier Foto: CMTV
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Os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier anunciaram a demissão, numa carta enviada hoje ao Conselho de Administração e à Direção do Serviço de Urgência Geral do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO).

Segundo a carta enviada por um grupo de assistentes hospitalares de medicina interna, a que a Lusa teve acesso, está em causa o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral.

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"Não estarão garantidas a capacidade de assistência e cuidados às pessoas que recorrem ao SUG do CHLO nem a segurança destas e dos profissionais que as assistem. Nesse sentido, concretizando-se este planeamento e a constituição das equipas nele proposta, o grupo apresentará a sua demissão em bloco da função de chefia do SUG, a aplicar a partir do mês de agosto", pode ler-se na carta, tornada esta sexta-feira pública.

Estes profissionais de saúde manifestaram "profundo desagrado e indignação" relativamente a esta situação, lembrando que "a crise que vive o SUG é antiga e tem-se vindo a agravar progressivamente" e exigindo uma "mudança radical e urgente" da Direção do Serviço de Urgência (DSU) e do Conselho de Administração do CHLO.

Sublinharam também que a disponibilidade e o esforço para cumprir as necessidades de assistência aos cidadãos, em condições crescentemente precárias, "têm sido cada vez maiores".

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"Consideramos esta composição das equipas imposta pela DSU imensamente desadequada, não só perante a afluência diária de utentes ao SU [serviço de urgência], mas também pela necessidade mantida de repartição da equipa médica em dois circuitos (doentes com queixas respiratórias e não respiratórias). A composição proposta tem, ainda, implicações diretas e significativas na formação médica geral e especializada, que fica assim posta em causa", referem os 19 profissionais que assinam a carta.

Outra fonte ligada aos médicos revelou também que mais de 20 profissionais de saúde vão entregar hoje minutas de isenção de responsabilidade, remetendo-a para o Conselho de Administração face aos problemas na constituição das equipas do serviço de urgência.

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