“Espetei a faca quando ele me estava a asfixiar”: Jovem de 16 anos que matou o padrasto à facada confessa crime
Jovem faz relato de legítima defesa. Mulher que vivia na mesma casa e assistiu a tudo corroborou depoimento.
O jovem de 16 anos que em outubro matou o padrasto no Seixal com uma facada certeira no peito – “perfurou um pulmão e seccionou a artéria aorta”, segundo a autópsia – confessou esta quinta-feira o crime em tribunal, mas garantiu que agiu em legítima defesa.
“Tinha desaparecido dinheiro e os cigarros do quarto onde eu dormia com a minha mãe. Perguntei-lhe se ela sabia porquê, mas o meu padrasto meteu-se e disse que eu tinha de sair de casa, que estava farto de mim. Começou a puxar-me o casaco, mas eu empurrei-o. Ele continuou, atirou-me ao chão e começou a asfixiar-me. A minha mãe e a vizinha tiraram-no de cima de mim e eu fugi para a cozinha”, relatou Vicelmo Santana, esta quinta-feira, no Tribunal de Almada. E continuou: “Peguei numa faca que estava no lava-loiça e guardei-a no bolso das calças. Ele veio até à porta e disse que eu era um fardo e que isso ia acabar hoje. Senti medo e tentei fugir, mas ele agarrou-me outra vez. Soltei-me, saí de casa e comecei a descer as escadas [do prédio]. Mas tropecei e cai. Ele vinha atrás de mim, deu-me uma chapada e agarrou-me de novo pelo pescoço. Foi aí que tirei a faca do bolso. Dei-lhe o golpe quando ele me estava asfixiar.”
Vicelmo ainda garantiu que não queria matar o padrasto, João Nzinga, e pediu desculpa aos familiares. O depoimento foi depois corroborado por uma mulher que, na altura, arrendava um quarto do apartamento, em Miratejo, Seixal, e que assistiu a tudo. “Ele é um bom menino”, garantiu Antónia Niala.
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