Agressões a guardas prisionais e infância atribulada: O passado de Fábio 'Cigano' dentro e fora das grades

Além do vasto passado de crime fora da cadeia, Fábio 'Cigano' não fez as pazes com a violência quando esteve fechado nos vários estabelecimentos prisionais pelos quais passou.

O recluso em fuga de Vale de Judeus foi condenado por tráfico na cadeia de Coimbra, onde pressionou os reclusos a esconderem droga, sendo que um deles chegou mesmo a suicidar-se.

A violência não se cingia aos colegas prisioneiros. Em julho de 2017, Fábio teve sanções disciplinares por empurrar guardas prisionais depois de colocar um telemóvel na sanita, para inviabilizar qualquer tentativa de ler o seu conteúdo.

Órfão de pai com crescimento marcado pelos hábitos de consumo do progenitor

Órfão de pai, Fábio descende de um sistema familiar disfuncional, marcado negativamente pelos hábitos de consumo de álcool do progenitor, que interagia de forma violenta e agressiva com os filhos e companheira.

Na sequência dos maus tratos infligidos pelo pai aos vários elementos do agregado, Fábio e o seu irmão gémeo, com 14 anos, acompanharam a progenitora quando esta saiu de casa na sequência de uma intervenção da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

Na altura, foram viver numa casa-abrigo. O núcleo familiar esteve assim separado cerca de um ano, tendo os dois irmãos mais velhos permanecido com o progenitor, após terem sido realojados pela autarquia local.

Na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido pelo progenitor, com consequências graves em termos da sua autonomia, a família voltou a reunir-se, mantendo-se a partir desse período uma interação familiar mais equilibrada.

Fábio tem o 10.º ano de escolaridade

Fábio 'Cigano' frequentou diferentes estabelecimentos de ensino, sem que aquela ocorrência tenha interferido significativamente no desempenho, embora, registe uma retenção no 5.º ano de escolaridade.

Concluiu o 10.º ano num curso técnico de gestão de equipamentos.

Trabalhou nas limpezas até ser preso

Profissionalmente, Fábio trabalhou no setor das limpezas, irregularmente, em vários estabelecimentos comerciais, até ser preso, em junho de 2012. Até então vivia com a companheira e com o filho de ambos que, com a detenção de Fábio, emigraram.

Na prisão, Fábio recebe visitas regulares da sua mãe e mantém o contacto com o seu filho.