"Macieira da Justiça não foi infetada por quatro ou cinco maçãs podres", diz presidente do Supremo sobre caso Rangel
António Piçarra garante que o sistema judicial em Portugal continua a ser de confiança.
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Piçarra, afirmou esta sexta-feira que a justiça mantém-se confiável referindo-se a Rui Rangel e aos juízes desembargadores envoltos na Operação Lex como "maçãs podres" em entrevista ao jornal Observador.
António Piçarra, que liderou o movimento que levou Rui Rangel a ser expulso do Conselho Superior da Magistratura, bem como outros quatro juízes desembargadores, adiantou ainda: "Continuo a confiar que a macieira continua a ter boas maçãs. Não é o facto de existirem quatro ou cinco maçãs podres que irão contaminar todas as outras. Posso garantir que os juízes são, na grande maioria pessoas, pessoas isentas, probas, dedicadas, empenhadas, séria e honestas em quem os cidadãos podem confiar".
O desembargador Rui Rangel é suspeito receber avultadas quantias através de favorecimentos e de várias ligações a empresários e figuras do desporto, como o Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, que resultaram na indiciação por corrupção/recebimento indevido de vantagens, de branqueamento de capitais e fraude fiscal.
Entre os vários arguidos constituídos até agora contam-se, além de Rui Rangel, a sua ex-mulher, a desembargadora Fátima Galante, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o funcionário judicial da Relação Octávio Correia, o advogado Santos Martins e o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.
Rui Rangel é suspeito de crimes de tráfico de influência por alegadamente ter prometido influenciar resultado de processos a troco de contrapartidas financeiras e alegadamente o presidente do Benfica ter-lhe-á prometido um futuro cargo na universidade do clube.
A Operação Lex foi desencadeada há mais de dois anos, mas não foi ainda conhecida a acusação.
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