Abandona filho bebé após matar à facada
Polícias descreveram cenário chocante.
Henrique Barata, o bebé de seis meses assassinado pelo próprio pai em Linda-a-Velha, Oeiras, em abril do ano passado, estava deitado na cama, a sorrir e a segurar um boneco, na altura em que a PSP chegou ao local. A descrição foi dada pelos agentes da PSP, na quinta-feira de manhã no início do julgamento no Tribunal de Cascais.
"O bebé estava deitado na cama, de braços abertos, e chamámos logo os bombeiros", disse um dos polícias. "Quando estávamos a sair de casa encontrámos o arguido a bracejar chateado e a dizer: ‘Fui eu, fui eu que matei o meu filho. Não me façam mal’", descreveu o agente da PSP. João Barata não quis prestar declarações perante o tribunal de júri.
Na tarde de 8 de abril, João Barata soube que a mulher pretendia separar-se. Pouco depois fez uma videochamada a mostrar como ia matar o filho: "Estás a ver? Vou matar o nosso filho." E cumpriu: cravou a faca no peito da criança, matando-a. Os bombeiros nada conseguiram fazer para salvar o bebé.
Segundo a acusação, antes de sair de casa, João Barata ligou o gás e deixou o filho sozinho com a porta aberta. "Quando chegámos comecei a sentir dores de cabeça, mais tarde percebemos porquê: os bicos do fogão estavam ligados", disse uma inspetoras da PJ, que esteve no local e que recordou o choque que sentiu ao ver o bebé com a faca espetada no peito. "Foi difícil ver", concluiu.
Lúcia Ferreira, mãe do bebé, está notificada para testemunhar no dia 15, mas o advogado que a representa advertiu o coletivo de juízes de que a mulher pode não estar preparada para falar sobre a morte do próprio filho.
João Barata está acusado de vários crimes: homicídio qualificado, condutas perigosas, tentativa de homicídio da companheira, tentativa de profanação de cadáver do bebé e tráfico de droga - durante as buscas foi encontrado haxixe num saco.
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