Agentes da PSP que assistiram a sodomia de sem-abrigo sem processo disciplinar
IGAI promete inquérito para apurar responsabilidades. Dois agentes policiais permanecem em prisão preventiva.
A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) instaurou três processos disciplinares no âmbito do caso em que dois agentes da PSP foram detidos por sodomizarem com um bastão e um cabo de vassoura dois homens em condição de sem-abrigo. Dos três processos disciplinares instaurados, dois são relativos aos agentes da esquadra do Rato que se encontram em prisão preventiva desde julho por suspeitas de violação tentada, sequestro agravado, tortura, ofensas à integridade física qualificadas, detenção de arma proibida e peculato, assim como por falsificação de documento. No entanto, o alvo do terceiro processo disciplinar não foi revelado pela IGAI, avança o Jornal de Notícias.
A Inspeção Geral da Administração Interna não esclarece, desta forma, se o processo diz respeito a algum dos quatro agentes que "permaneceram a assistir, sem qualquer intervenção" e a gravar o sucedido, de acordo com o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, citado pelo JN.
Vai ser, contudo, instaurado um processo de inquérito para apurar a atuação dos elementos policiais envolvidos no caso, ocorrido no final de 2024, aponta a IGAI.
Os polícias, de 25 e 26 anos, permanecem em prisão preventiva depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter mantido a medida de coação, recusando os recursos e reforçando os perigos de perturbação do inquérito, nomeadamente para a aquisição, conservação ou veracidade da prova, já que os polícias poderiam contactar com "as testemunhas fragilizadas".
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