Água da chuva nas estradas é um perigo
Tem estado arrumada na prateleira dos esquecidos, preocupa muito poucos, mas pode chegar aos copos e intoxicar o organismo humano em vez de lhe matar a sede. Chama-se água de escorrências e brota das rodovias sempre que cai chuva.
Cálculos por alto, todos os anos, em média, a chuva que cai no piso dos cerca de 2500 quilómetros de auto-estradas portuguesas chegaria para o consumo de cinco mil lisboetas, aqueles que mais água consomem.
Rita Teixeira d’Azevedo, uma engenheira do Ambiente que está a fazer o doutoramento sobre gestão e tratamento de águas de escorrências, diz que numa extensão de rodovia com apenas 500 metros de comprimento e uma largura de 32 metros ao fim de um ano podem cair 145 metros cúbicos de água (145 mil litros).
Só que, juntamente com a água da chuva, são arrastados poluentes libertados pelas viaturas, com destaque para metais pesados, como o cobre, o chumbo ou o zinco. Se nada for feito, acabarão a contaminar riachos, ribeiros e rios ou reservas de águas subterrâneas.
A chave mais adequada à resolução do problema, segundo Rita d’Azevedo, chama-se valas relvadas e resume-se a canais laterais à estrada, como as vulgares valetas, por onde corre a água inquinada que lavou o asfalto.
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