Além de corrupção, funcionários das Finanças estão indiciados por tráfico de droga e auxílio a organizações criminosas
Ministério Público pediu prisões preventivas para quatro dos cinco detidos. Juiz não concordou.
Os cinco funcionários das Finanças detidos pela Polícia Judiciária na “Operação Porthos II” estão, além dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais, indiciados por tráfico de droga e associação criminosa (na modalidade de prestação de apoio a organizações).
A indicação por tráfico de droga e auxílio a organizações criminosas acabou por ser uma surpresa, já que, em fevereiro, aquando da primeira operação, os suspeitos apenas acreditavam ser suspeitos de corrupção e branqueamento de capitais.
Segundo informações recolhidas pelo NOW, no final dos interrogatórios judiciais, que decorreram esta segunda feira, no Campus da Justiça, em Lisboa, o Ministério Público pediu a aplicação da prisão preventiva para quatro dos cinco funcionários das Alfândegas.
Porém, o juiz de instrução, apesar de manter a indicação, discordou do pedido formulado pelos procuradores do Ministério Público, decretando apenas a suspensão de funções para os cinco elemento das Alfândegas; a obrigação de apresentações tri-semanais no Órgão de Polícia Criminal da respetiva área de residência; a proibição de contactos entre arguidos; e a proibição de se ausentarem para o estrangeiro, dando um prazo de 10 dias para a entrega dos passaportes.
Os cinco detidos, que trabalhavam nas Alfândegas de Setúbal e Sines, foram detidos, este domingo, pela Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária. Em comunicado, a polícia adiantou que “os factos sob investigação estão relacionados com a beneficiação de organizações criminosas internacionais, dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína, por via marítima, a partir da América Latina”.
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