Amigo de Sócrates simula zanga para guardar fortuna

Santos Silva alegou chatice com o primo de Sócrates para apagar rasto das offshores.

07 de novembro de 2017 às 01:31
Sócrates, Santos Silva, fortuna, zanga, offshores, operação marquês Foto: Mariline Alves
Sócrates, Santos Silva, fortuna, zanga, offshores, operação marquês Foto: Direitos Reservados
Sócrates, Santos Silva, fortuna, zanga, offshores, operação marquês Foto: Direitos Reservados

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Carlos Santos Silva simulou uma zanga com o primo de José Sócrates para justificar perante o gestor de conta de ambos na Suíça a transferência da alegada fortuna do antigo primeiro-ministro das contas de José Paulo Pinto de Sousa, suposto guardião do dinheiro de Sócrates até final de 2007, para aquele amigo de Sócrates, tido pela Justiça como testa de ferro do antigo chefe do governo desde o início de 2008.

Michels Canals, ex-funcionário da UBS, disse aos investigadores da Operação Marquês, quando foi ouvido em março deste ano, que Carlos Santos Silva informou-o no dia 28 de fevereiro de 2008, durante um almoço em Matosinhos, que os contactos com o primo de Sócrates não estavam bem e que "era necessário apagar o passado", como refere a acusação do Ministério Público.

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Para apagar a ligação do passado a José Paulo Pinto de Sousa, era preciso encerrar as contas das suas offshores Giffard e Belino Foundation e transferir os fundos para as contas de novas sociedades offshores.

Uma semana antes dessa conversa, o primo de Sócrates transferiu quase todo o dinheiro da sua conta para a Belino Foundation, que era de Santos Silva, e, em caso de morte deste, herdava 80% desse património financeiro. Quando foi confrontado com isto, Canals reconheceu que a zanga invocada por Santos Silva não tinha lógica e terá sido simulada.

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Farinho escreveu também o novo livro

Domingos Farinho, terá sido também, segundo o ‘i’, o autor do novo livro de José Sócrates: ‘O Mal que Deploramos - o Drone, o Terror e os Assassinatos-Alvo’, que foi apresentado este fim de semana em Lisboa.

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milhões de euros foi quanto repatriou Carlos Santos Silva da Suíça para Portugal em 2010. Sócrates terá recebido 34 milhões de euros em luvas.

Freeport afastou o primo

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As suspeitas sobre Sócrates e o primo no caso Freeport foram a razão para Santos Silva passar a ser o testa de ferro de Sócrates, diz o Ministério Público.

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