Antiga gestora de Carlos Santos Silva diz ter feito duas participações no banco após notar movimentos de milhares de euros
Advogado Pedro Delille exaltou-se e acusou a testemunha de ser a “culpada por este processo”, devido às queixas.
A antiga gestora bancária de Carlos Santos Silva, amigo e alegado testa de ferro de Sócrates, contou esta terça-feira, em tribunal, que os “levantamentos recorrentes de 10 mil euros” do empresário, a transferência de 200 mil euros para a mãe do antigo primeiro-ministro e a comunicação da intenção de comprar dois apartamentos em Paris, no valor de 3 milhões de euros, fizeram-na desconfiar e a apresentar pelo menos duas participações no departamento de compliance do banco.
“Não sabia quem era o destinatário e fui ao Google pesquisar e vi que era a mãe de José Sócrates”, explicou.
Em causa estava a venda de um apartamento de Maria Adelaide Monteiro, no valor de 600 mil euros, a Santos Silva.
Irritado, Pedro Delille acusou a testemunha de ser a “culpada por este processo”, devido às queixas. “É uma testemunha hostil”, disparou o advogado de Sócrates, ameaçando sair da sala. A juíza considerou que o advogado estava a perturbar a testemunha e foi mesmo obrigada a intervir.
No depoimento, Ana Vaz assumiu que ficou “preocupada” com tais movimentos. “Porque quando há certos movimentos para os quais não consigo ter uma explicação simples e transparente, isto faz nos estar mais alerta.”
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