Apelo à fé para enfrentar dor da ausência das vítimas do acidente no Elevador da Glória

Vítimas da tragédia que provocou a morte de 16 pessoas no acidente do elevador da Glória, na última quarta-feira em Lisboa, André Marques, 40 anos, e Ana Paula Lopes, de 53, foram, no sábado, sepultados nas aldeias onde nasceram. Em ambos os funerais, dezenas de familiares e amigos partilharam o momento de dor, onde o Estado Português esteve representado pela mais alta figura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O funeral do guarda-freio André Marques, que morreu aos comandos da carruagem que embateu violentamente contra um imóvel na calçada da Glória teve lugar em Sarnadas de São Simão, Oleiros. Na igreja matriz, o bispo de Portalegre / Castelo Branco, D. Antonino Dias, sublinhou a ligação do funcionário da Carris, que deixa mulher e dois filhos, à terra natal, localidade que enfrenta agora o sentimento de perda.

Já na aldeia de Vergão, Proença-a-Nova foi, realizou-se a cerimónia fúnebre da funcionária da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Ana Paula Lopes. Na homilia, o padre Virgílio Martins disse ter esperança de que a “oração torne mais suave este momento duro”. “Evocamos para a família aqui presente que o Senhor nos dê essa luz que precisamos para iluminar esta dureza que é a dor, o sofrimento”, referiu. Falou depois na importância da fé para os “próximos dias em que há silêncio” da ausência.

Presente no funeral, Manuela Silva, uma moradora, disse que “os pais de Ana Paula estão destroçados”. “Nem sei como vão enfrentar esta situação. Eles que já tinham perdido um filho há dois anos”, frisou. Também João Lopes contou que “a Paula era uma grande amiga” e recordou que “há 15 dias esteve nas festas”.

Em Lisboa, ao final da tarde de sábado, decorreu o velório da também funcionária da Santa Casa Alda Matias, na Igreja de São Roque.