Arrisca 25 anos de prisão por homicídio gay no Porto

Os ciúmes, o sentimento de posse e a obsessão foram, segundo o Ministério Público, os motivos que levaram André Vieira, de 29 anos, a matar à facada Miguel Ribeiro, de 20, na madrugada de 18 de julho de 2018, na casa da vítima, na rua Fernandes Tomás, na Baixa do Porto.

Segundo a acusação, ambos tinham uma relação tumultuosa e André não aceitava a separação de Miguel - com quem mantivera uma relação amorosa durante cerca de dois anos. O arguido está acusado de homicídio qualificado.

A acusação indica que André e Miguel, após a separação, mantinham uma relação de amizade e, por vezes, com aproximação sexual.

Horas antes do crime, jantaram em casa da vítima, de onde saíram, por volta da meia-noite, com um amigo e uma amiga para um bar na zona das Galerias de Paris. Ao ver Miguel e o amigo saírem juntos da casa de banho, André ficou com ciúmes e agrediu o amigo. Foi expulso e Miguel foi atrás.

O ex-casal seguiu para a casa da vítima. Discutiram e Miguel pediu para que André saísse da habitação. Este usou a faca que tinha na mão e atacou Miguel no peito.

Ao tentar fugir, a vítima foi esfaqueada nas costas mais quatro vezes, nas escadas do prédio. André abandonou o local e foi para os Aliados. Disse a amigos que a vítima o tentou esfaquear e ocultou o crime, indica a acusação.

Miguel saiu para a rua a pedir ajuda. Morreu à porta do prédio e foi encontrado por um condutor, pelas 05h30.

André aguarda julgamento em prisão preventiva. Arrisca uma pena de 25 anos de cadeia.