Assalto à casa após oito horas
Último disparo em Montemor-o-Velho já foi ouvido pela GNR.
Só ao fim de oito horas de cerco policial é que as autoridades entraram na casa e encontraram os quatro cadáveres. Os corpos dos pais e da avó estavam no pátio, nas traseiras da casa. O cadáver de Paulo da Cruz estava no sofá da sala.
O alerta para o crime foi dado pelas 21h10. Rapidamente, a GNR fez deslocar para o terreno várias patrulhas, com negociadores e equipas com cães. O Grupo de Intervenção Especial da GNR de Lisboa também foi chamado.
Durante algum tempo, as autoridades ainda acreditaram que o suspeito estivesse vivo e barricado, mas Paulo da Cruz viria a pôr termo à vida logo ao início da noite. Aliás, foi ainda ouvido um tiro quando a GNR já se encontrava no local, seguindo-se o silêncio que se manteve nas horas seguintes.
Mesmo assim, os militares não arriscaram. Cortaram a luz na casa e deixaram as horas passar - uma técnica habitual para cansar o agressor.
Ainda ao longo da madrugada, os militares fizeram várias diligências junto à casa para tentarem perceber o que se passava no interior.
A casa só foi tomada de assalto às 05h00. O cenário encontrado confirmou a discussão que Paulo da Cruz teve horas antes com os pais. A mesa e o espelho que o homicida partiu comprovavam a violência. O silêncio que durante horas se abateu na moradia também estava explicado: no interior jaziam os quatro familiares sem vida.Quando veio à rua, Paulo da Cruz ainda fez um disparo contra um portão de um vizinho. Tinha por objetivo afastar da casa alguns populares que se juntaram quando ouviram os gritos.
Judiciária ouve testemunhas e reconstitui crime
A PJ vai agora tomar conta da investigação. Embora se trate de um processo para arquivar - por o homicida estar morto -, as autoridades deverão ouvir formalmente todas as testemunhas. Foram também feitas perícias na casa, para confirmar que se tratou de um triplo homicídio seguido de suicídio.
Afugenta vizinhas que rezavam
Algumas mulheres estavam a rezar o terço, numa capela, junto à casa onde aconteceu o crime. Ao ouvirem gritos foram ao local. O homicida foi à porta com a arma e disse para "não se meterem".
Afasta populares com tiro a portão
Quando veio à rua, Paulo da Cruz ainda fez um disparo contra um portão de um vizinho. Tinha por objetivo afastar da casa alguns populares que se juntaram quando ouviram os gritos.
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