Associação prepara queixa crime contra travão a obras no Hospital de São João
Pais revoltados com paragem nas obras da ala pediátrica do hospital do Porto.
A associação pediátrica do Hospital de São João, no Porto, está a estudar a apresentação de uma queixa-crime contra quem mandou parar a obra da ala pediátrica daquela unidade, conhecida por ‘Joãozinho’, incluindo políticos, por manterem crianças internadas em contentores "miseráveis" desde 2011.
"Está na altura de responsabilizar quem faz os decretos e dá as ordens. Estamos habituados a que, quando um político faz uma asneira, as consequências nunca lhe sejam atribuídas", referiu Jorge Pires, porta-voz da APOHSJ - Associação Pediátrica Oncológica.
"Este Governo parou a obra dizendo que devia ser o Estado a fazê-la. Nunca mais fizeram nada. As crianças continuaram naquelas instalações miseráveis", acrescentou.
A obra parou em 2016, depois de ter começado em 2015 com financiamento privado, impedindo "que as crianças sejam tratadas convenientemente".
Jorge Pires observou que o hospital de dia pediátrico do São João, "que funcionava num corredor", passou em junho "para o edifício central", mas "as instalações do internamento, onde as crianças dormem e estão isoladas quando fazem quimioterapia, eram e continuam miseráveis".
O presidente da APOHSJ explicou estar em causa "todo o internamento pediátrico", instalado em contentores, onde as crianças com cancro surgem como "a parte mais sensível" do problema por estarem "imunodeprimidas" e a "lutar contra o tempo, que muitas vezes não existe".
Em janeiro de 2017, o Ministério da Saúde aprovou a construção da nova ala, com um investimento de cerca de 20 milhões de euros.
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