Bastonário dos Advogados fura regra e ganha mais 13 mil euros
Guilherme Figueiredo deveria ter uma remuneração de valor ilíquido "igual" à do cargo de procurador-geral da República.
O Conselho Geral da Ordem dos Advogados considerou que o atual bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo, teria uma remuneração de valor ilíquido "igual" à do cargo de procurador-geral da República. Contudo, Guilherme Figueiredo ganha mais cerca de 13 mil euros do que Joana Marques Vidal.
De acordo com a impresta deste sábado, citada pela revista Sábado, Guilherme Figueiredo auferiu em 2017 um total ilíquido de 119 252 euros. Já a procuradora-geral da República (PGR), revela fonte oficial, recebeu 107 556 euros, que deverá aumentar para 109 417 neste ano. A diferença entre os dois cargos, relativa a 2017, foi então de 11 695.
Àquele diário, o bastonário frisou que "deu instruções expressas aos serviços para darem integral cumprimento a esta deliberação [do Conselho Geral], com a expressa menção de que todas as importâncias auferias constassem do recibo de remuneração e fossem sujeitas à tributação respectiva".
"A retribuição auferida corresponde a um valor líquido de aproximadamente 4000 euros com o qual faz face às despesas com a renda de habitação em Lisboa, para onde se teve de mudar." "O sr. bastonário faz questão de suportar as despesas com as deslocações entre o Porto, onde o seu agregado familiar está domiciliado, e Lisboa", disse Guilherme Figueiredo, através de um assessor.
Um vogal do Conselho Geral, Silva Cordeiro, garante já ter denunciado a discrepância ao Conselho Fiscal da Ordem - e até já apresentou a sua demissão. "O modo como o bastonário aproveita uma situação que, ao menos objectivamente, lhe é favorável, impede-me de continuar num órgão presidido por ele", justifica o jurista. Recorde-se que também em maio, Miguel Matis demitiu-se da vice-presidência da CG.
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