Caçadores alimentam animais selvagens em áreas ardidas nas regiões norte e centro

O Clube Português de Monteiros (CPM) está a distribuir 286 toneladas de palha e feno por 53 zonas de caça associativas e municipais que foram devastadas pelos incêndios, sobretudo nas serras da Lousã e da Estrela. Todos os dias seguem dois camiões TIR carregados para as zonas afetadas deste apoio de emergência, com destino à Lousã, Trancoso, Sabugal, Meda, Guarda e Seia.

Trata-se de um "apoio de emergência", para fazer face à destruição causada pelos incêndios, que deixou os animais sem alimentos, disse ao CM Artur Torres Pereira, presidente do CPM, a Associação Nacional de Caça Maior, que diz ser "a mais antiga organização do setor da caça em Portugal".

A palha e o feno que estão a ser distribuídos resultam da "generosidade dos sócios" do CPM e também dos motoristas que conduzem os camiões e não estão a cobrar o serviço.

As 53 zonas de caça associativas e municipais que estão a ser apoiadas têm os seus animais numa área calculada em 100 mil hectares.

O presidente do CPM apela ao Governo para "não ficar indiferente" perante as consequências dos incêndios florestais, que "destruíram centenas de milhares de hectares nas diversas zonas de caça, causaram prejuízos elevadíssimos devido à devastação dos respetivos territórios, à perda das espécies cinegéticas de caça menor e maior e a uma enorme destruição da biodiversidade".

Segundo aquele responsável, para além de se terem perdido muitos animais e o seu alimento, é necessário "repor todo o material que ardeu, designadamente paus e tabuletas delimitadoras, comedouros e bebedouros, cercas e vedações".

"Há que acudir rapidamente às zonas de caça afetadas", defende Artur Torres Pereira, que pede ao Governo a "criação de uma linha de financiamento a fundo perdido" que ajude a recuperar dos prejuízos e a "suspensão imediata das taxas de guardaria", entre outras medidas.