Cadeia do Linhó altera distribuição de medicamentos por falta de enfermeiros
SNCGP diz que decisão coloca "em risco" vida de reclusos e guardas prisionais" e apresentou queixa na Ordem dos Médicos.
A direção do Estabelecimento Prisional do Linhó, em Sintra, decidiu alterar a rotina na administração dos medicamentos a reclusos devido à falta de enfermeiros naquela cadeia. O CM teve acesso a uma circular interna, assinada pela diretora Ana Pardal, que define que a toma da medicação do pequeno-almoço passe "a ser conjugada com a do almoço”. A administração da metadona também passou a acontecer "mais tarde do que o habitual”. A decisão tem provocado polémica e a “preocupação” dos guardas prisionais. Ao CM, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), alerta para o que considera ser "uma situação de risco", que pode resultar "em alterações no comportamento dos reclusos", colocando "em causa a saúde dos próprios, mas também a segurança de toda a cadeia”. “É uma situação grave", sublinha.
O SNCGP alerta que falhas na toma de psicotrópicos e metadona pode levar "a surtos psíquicos ou situações de ressaca" que colocam "em risco a vida dos próprios reclusos e as dos guardas prisionais. O sindicato apresentou uma queixa formal à Ordem dos Médicos na sequência das alterações.
Contactada pelo CM, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirma o cenário de “carência de enfermeiros”, mas garante que esta decisão surgiu “em articulação com os profissionais de saúde" que prestam serviço no Estabelecimento Prisional do Linhó e que foi tomada tendo em consideração “a salvaguarda da saúde e do bem-estar dos reclusos”.
O CM apurou que a falta de enfermeiros naquela cadeia tem levado a situações insólitas. Fonte prisional confirmou, ao CM, que "a administração dos medicamentos já chegou a ser feita por uma diretora-adjunta" daquela cadeia.
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