“Câmara nunca pediu limpeza na EN 236-1”
Funcionário da Ascendi foi ao Tribunal explicar as intervenções realizadas nas estradas concessionadas à empresa.
O funcionário da empresa Ascendi que esta sexta-feira prestou depoimento no Tribunal de Leiria, no âmbito do processo relativo ao incêndio de Pedrógão Grande, disse que a Câmara de Pedrógão Grande "nunca pediu qualquer limpeza ou intervenção na EN 236-1, ao contrário do que acontecia no IC 8".
Na EN236-1, que ficou conhecida como a ‘estrada da morte’, perderam a vida 47 pessoas nos incêndios de 2017.
"Eu desconhecia se havia algum plano municipal de defesa da floresta contra incêndios, seguia as instruções e trabalhava de acordo com o que estava no contrato", explicou Rogério Mota, que é um dos 13 arguidos no processo judicial, que está em fase de instrução.
Rogério Mota trabalha no Centro de Assistência da Ascendi no Avelar, Ansião, e explicou que nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2017 - 10 dias antes do incêndio - foi feita uma intervenção na EN 236-1, não especificando em que zona, que incluiu o corte de arbustos.
"A intervenção era ao nível do desbaste das herbáceas, o corte de árvores só era feito se houvesse perigo para a circulação", adiantou, revelando que o último corte de árvores ocorreu em março desse ano, porque tinha chovido com intensidade e estavam em risco de cair para a estrada.
No IC 8, a limpeza era feita "com regularidade e quando a Câmara de Pedrógão Grande pedia íamos lá", afirmou.
PORMENORES
Crimes
Os 13 arguidos estão acusados dos crimes de homicídio e ofensas à integridade física, ambos por negligência. Garantem estar inocentes.
Instrução
A instrução do processo começou na quinta-feira e a próxima audiência será dia 19, para ouvir o autarca de Figueiró dos Vinhos.
Testemunhas
O juiz de instrução ainda não decidiu se vai arrolar algumas testemunhas para serem ouvidas em Tribunal nesta fase do processo.
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