Caminha garante apoio psicológico a familiares dos pescadores desaparecidos
A autarquia está ainda a garantir alimentação aos operacionais que participam nas buscas pelos três pescadores.
A presidente da Câmara de Caminha disse esta quarta-feira que o município está a assegurar apoio psicológico às famílias dos pescadores desaparecidos nos naufrágios de domingo em Moledo e na terça-feira ao largo de Aveiro.
A autarquia está ainda a garantir alimentação aos operacionais que participam nas buscas pelos três pescadores indonésios desaparecidos desde domingo.
"Estamos em contacto diário com o capitão de porto do mar, que nos vai dizendo quais são as necessidades para aquele dia e nós, da parte da câmara, estamos a acautelar tudo que é necessário para que eles [operacionais] possam exercer as suas funções da melhor forma possível", sublinhou Liliana Silva em declarações à Lusa.
Dois dos cinco pescadores que seguiam a bordo da embarcação que naufragou domingo foram resgatados, sendo que um deles, o mestre, é natural do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo.
As buscas pelos três pescadores indonésios continuam esta quarta-feira com os elementos do comando local no âmbito da sua atividade diária, com o apoio das corporações dos bombeiros em pelo menos duas rondas diárias junto à costa.
Liliana Silva disse saber de "diligências que estão a ser realizadas pelo Governo através da embaixada na Indonésia, no sentido também de prestar alguma solidariedade às famílias das vítimas".
"Nós também estamos totalmente disponíveis para colaborar e ajudar em tudo que for necessário", disse.
O apoio prestado pela autarquia estende-se também aos tripulantes da embarcação registada no porto de Vila Praia de Âncora, Caminha, que naufragou na terça-feira a cerca de 370 quilómetros de Aveiro.
"O município de Caminha manifesta a sua total e inequívoca solidariedade para com a família dos pescadores e para com a família do armador do barco pesqueiro de Vila Praia de Âncora, na sequência do trágico naufrágio ocorrido ontem ao largo de Aveiro, que abalou novamente a comunidade piscatória do concelho. Este é já o segundo naufrágio envolvendo embarcações do concelho de Caminha ocorrido no espaço aproximado de 48 horas, uma situação que deixa o município de Caminha profundamente consternado perante o sucedido", refere a câmara na nota.
As buscas pelos quatro pescadores desaparecidos, foram retomadas na manhã desta quarta-feira, com "um reforço de meios da Marinha, através do navio patrulha oceânico NRP Figueira da Foz, e da Força Aérea, com uma aeronave de patrulha marítima P3".
A Marinha refere ainda que as buscas vão decorrer numa área com mais de 450 milhas quadradas, que foi definida tendo em conta uma rota de deriva dos náufragos e da embarcação sinistrada, calculada com base nas condições meteorológicas e oceanográficas verificadas no local do acidente.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, disse que o armador não seguia a bordo do barco "Carlos Cunha".
Carlos Sampaio adiantou que o barco está registado em Vila Praia de Âncora, mas o porto de abrigo é em Vigo, Espanha.
O responsável explicou que o porto de Vila Praia de Âncora não tem condições para acolher este tipo de barco, de grandes dimensões, que se dedicam à pesca do espadarte.
Carlos Sampaio referiu que, além da embarcação que naufragou, o armador António Cunha tem mais quatro barcos, todos registados na freguesia do concelho de Caminha, mas fundeados em Vigo.
A freguesia e a comunidade piscatória de Vila Praia de Âncora manifestaram, na terça-feira, "profunda tristeza e preocupação" pelo naufrágio do barco pesqueiro "Carlos Cunha".
"A população de Vila Praia de Âncora une-se na dor pela perda destes "Lobos do Mar", que se encontram ainda desaparecidos, manifestando a sua solidariedade e apoio incondicional às suas famílias, partilhando o sofrimento e mantendo viva a esperança num momento de profunda angústia e luto coletivo", lê-se na publicação da freguesia na sua página oficial no Facebook.
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