Carvalho de 300 anos lança alerta na Guarda
Estado retirou a classificação de interesse público para que árvore possa ser podada.
Há vários anos que os habitantes de Gonçalo têm medo de passar debaixo do Carvalho Santo. A árvore, com 300 anos e símbolo da freguesia da Guarda, está em avançado estado de degradação e representa um perigo para os moradores que, além de utilizarem a estrada que passa junto à base do tronco para aceder a terrenos agrícolas, fazem do local o ponto de partida de duas romarias anuais em honra da Senhora da Misericórdia.
"Foi uma sorte ainda não ter acontecido uma tragédia como na Madeira porque as procissões juntam centenas de pessoas", afirma José Fernandes, dono do terreno. José já quis podar a árvore, mas foi impedido. É que o carvalho está classificado como 'árvore de interesse público' pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
"Nem faziam nem deixavam fazer e a solução que apresentavam era vedar o perímetro do carvalho, o que era ridículo já que implicava cortar três caminhos próximos que ligam a vila a terrenos agrícolas", afirma. "Já caíram pernadas de grandes dimensões e as pessoas têm receio de passar pela árvore, mas não têm alternativa", diz Otávio Lourenço, que todos os dias atravessa a estrada por baixo dos ramos que ameaçam partir-se a qualquer momento.
Após meses de troca de argumentos com o ICNF, o caso vai ter um final feliz. "A classificação foi retirada e até deram autorização para cortar, mas não é isso que a vila quer. O carvalho é um importante símbolo religioso para Gonçalo e por isso vamos podar os ramos que estão em risco", explica José Fernandes, que vai doar à freguesia a árvore e o terreno em que esta se encontra.
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