Casa em ruínas ameaça família

Um casal com dois filhos foi obrigado a sair de casa devido à derrocada da habitação contígua, cujos proprietários não fazem obras de recuperação, em Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Coa. A GNR e a Proteção Civil aconselharam a família a ir viver para outro lado por razões de segurança.

"Isto não é justo. Estamos a pagar a casa ao banco e não podemos usá-la por razões a que somos alheios", desabafou ao CM Joni Esteves, de 22 anos, filho do casal, explicando que já interpuseram uma providência cautelar "que não deu em nada".

"O tribunal considera que a nossa casa sofreu com a derrocada mas não consegue identificar os proprietários da habitação vizinha para os obrigar a fazer obras. Onde está a justiça?", interroga-se o jovem, frisando que a família vive numa casa "com fracas condições".

Após a derrocada, a GNR e a Proteção Civil consideraram que não estavam reunidas as condições de segurança para a família se manter em casa, pelo que aconselharam a sua retirada. A GNR vedou o espaço e a família foi viver para outra casa.

"Esta situação é caricata porque estamos impedidos de viver numa casa que continuamos a pagar ao banco. E se a Justiça não resolver a situação há o risco de a casa ficar inabitável para sempre ou mesmo cair", adianta Joni Esteves.

A derrocada ocorreu no início de outubro com a chuva forte, mas as infiltrações já se notavam há vários anos, devido à degradação da casa vizinha. A habitação de construção em pedra tinha duas traves que encaixavam na casa da família afetada. Nas paredes encostadas às ruínas nota-se a infiltração de água e a humidade. "Estamos a ter muitos prejuízos com esta situação", refere Joni Esteves.