Advogado de Bruno de Carvalho compara métodos da procuradora Cândida Vilar com a PIDE
Miguel Fonseca acusa ainda a comunicação social de ser "cão de fila" do Ministério Público.
Termina a sessão das alegações finais do debate instrutório desta segunda-feira, no Tribunal de Instrução Criminal. A próxima sessão está marcada para esta terça-feira às 10h00.
A decisão instrutória será tomada a 1 de agosto da parte da tarde.
18h10 -
"Estão a tentar mante-los presos para ver se eles começam a falar", diz Miguel Fonseca afirmando que o "MP tem de se pautar por critérios exclusivos de legalidade. "Há coisas que não podem acontecer depois do 25 de abril", acrescenta.
O advogado do antigo presidente do Sporting acusa ainda a comunicação social de ser "os cães de fila do Ministério Público".
A acusação "tem aberrações. É um texto sem qualquer fundamento de inteligência", atira Miguel Fonseca.
"Trata-se de um assassinato de caráter e aqueles desgraçados [mais de 40 arguidos] apanharam todos por tabela", afirmou Miguel Fonseca, durante as alegações finais do debate instrutório, que decorreram no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Depois de ler várias mensagens trocadas num grupo na rede social Whatsapp, que constam na acusação, o advogado considerou que Bruno de Carvalho poderia ser a próxima vítima: "Mas alguém tem dúvidas de que o próximo a levar no lombo era o Bruno de Carvalho?"
17h38 -
16h30 -
"Este processo foi preparado e orientado para tentar chegar a um determinado objetivo. Objetivo esse que na minha ótica era tentar atingir o presidente da direção do Sporting Clube de Portugal", acrescenta.
"Esta loucura generalizada chegou aos tribunais. Nos fotogramas é possível ver todos os passos do Bruno. Ao contrário do que a senhora procuradora aqui disse nenhum elemento ia nem ao lado, nem atrás, nem à frente", continua.
O advogado termina dizendo que Bruno Monteiro não entrou nos balneários nem nos respetivos acessos.
15h35 -
"O problema da senhora procuradora não é uma questão psicológica. É uma questão de visão. A procuradora disse ao Mustafá que ele era o chefe de um movimento fascista e nacionalista.", afirma.
"Não me vou conformar com isto. Fui ofendido. Tem de haver dignidade humana. Não admito à senhora Cândida Vilar que não veja uma coisa que é visível. Não lhe admito a ela que tendo estado a falar de racismo aponte o dedo a Mustafá, que é claro que não é branco puro", continua.
"O Mustafá é o único constituinte aqui presente que não esteve em Alcochete. Não tem conversas no Whatsapp, não tem nada a ver com isto", acrescenta.
A defesa de Mustafá diz ainda que sentiu pela primeira vez a manipulação do inquérito. "O sujeito que abre as portas da sede da Juve Leo, o Jójó, não foi constituido arguido. E ele dormia precisamente no compartimento onde foi encontrada a droga. Mustafá foi dado como o dono daquela droga e a droga foi encontrada no local onde vive o Jójó", afirma.
O advogado diz ainda que a inquirição ao Jójó mete medo e que foi terrorismo institucional. "O Jójó confirmou que a droga não era do Mustafá. Aos domingos também há visitas em Belém... se por acaso alguém lá deixar a droga vão acusar o Marcelo Rebelo de Sousa de tráfico de droga?", acrescenta.
15h10 - 15h06 - 14h49 -
O advogado alega ainda que "tudo não passou de uma tentativa de atingir um objetivo político". "Nenhum dos arguidos tinha um alvo (...) Não há elementos para os levar a julgamento pelos crimes indicados pelo Ministério Público. Senhor Juiz, pelo menos não os leve a julgamento pelo crime de terrorismo", terminou. 14h45 -
14h50 - Vivem-se momentos de tensão à porta do tribunal. Um homem foi detido por ter começado a filmar agentes da PSP, um incidente que em nada se relaciona com o debate instrutório.
13h20 -
O advogado de um dos arguidos acusou Jesus de dar autorização aos jogadores para entrar na Academia do Sporting.
"Em momento algum, naquele fatídico dia, ele sabia ou deu autorização ou fez qualquer sinal de concordância com aquilo que estava a acontecer", refere Luís Miguel Henrique.
O advogado de Jorge Jesus diz ainda que aquilo que os arguidos e os advogados dizem pode não corresponder à verdade.
Quando questionado sobre a "amizade" entre Jorge Jesus e alguns membros da claque da Juve Leo, Luís refere que tem algumas dúvidas que "palavra amizade possa ser usada nas relações entre o treinador e a Juve Leo".
12h45 - Advogados não alegam a inocência dos arguidos mas tentam afastar alguns crimes. 12h30 -
Anibal Pinto, que defende quatro arguidos [três deles não estão em preventiva] refere que o que aconteceu na Academia do Sporting não foi terrorismo: "Há uma diferença muito grande entre terrorismo e hooliganismo. O que aconteceu em Alcochete é muito grave mas não é o que querem pintar. É uma ofensa para as vítimas de terrorismo dizer que isto é terrorismo. É hooliganismo, fanatismo, excesso de clubismo mas nada que justifique uma prisão preventiva. A maioria destes arguidos são miúdos e pouco mais de miúdos. Eu tenho o privilégio de ser pai de 5 filhos e preocupa-me que eu poderia ter um filho metido nisto".
12h21 -
"O inquérito é sustentado nas conversas do Whatsapp... e as conversas do Whatsapp não passam disso mesmo", afirma o advogado de João Anibal Gonçalves.
"O meu arguido disse que ia levar a caçadeira.. mas alguém viu a caçadeira? Portanto vê-se claramente que tudo não passava de conversas exageradas. Não havia plano nenhum. Foi tudo uma conversa de Whatsapp que nem passou para a prática", continua.
"Não é novidade que a claque vá à academia. Era habitual. No segundo ano de Jorge Jesus [segundo ano em que o técnico esteve no Sporting] quando as coisas não estavam bem, a claque já se tinha dirigido a Alcochete. E uma delegação da claque foi recebida pelo treinador e pelo capitão. Esta ida a Alcochete nem foi autorizada por Bruno de Carvalho mas sim por Jrge Jesus", afirma.
"As idas a Alcochete eram comuns e mostram até intimidade entre Jesus e a claque. O Sr. Jorge Jesus até ia a jantares com a Juve Leo. E agora vem dizer que não os conhece?", refere.
11h30 - 11h03 - 11h00 -
"Nunca respondeu com questões técnicas. O MP está claramente a puxar para o mesmo lado", afirma. 10h57 -
O juiz responde a Miguel A.Fonseca dizendo que já dois advogados vieram consultar as novas provas e que só não o fez porque não quis.
O advogado de Bruno de Carvalho pede ainda ao juiz que sejam digitalizados os documentos e enviados aos advogados mas o juiz não atende ao pedido. Diz que estão em papel e assim vão ficar.
10h40 - Mustafá pede alteração da medida de coação. Quer libertação imediata. 10h00 -
Bruno de Carvalho e Mustafá, acusados de serem os mandantes do ataque à Academia de Alcochete, e os restantes 42 arguidos do processo voltam esta segunda-feira ao Campus de Justiça, em Lisboa, para uma nova sessão das alegações finais do debate instrutório, no Tribunal de Instrução Criminal.
A procuradora Cândida Vilar, que titula a investigação, pediu na última sessão a revisão das medidas de coação de alguns dos arguidos, passando de prisão preventiva para domiciliária.
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