Advogado de Bruno de Carvalho compara métodos da procuradora Cândida Vilar com a PIDE

Miguel Fonseca acusa ainda a comunicação social de ser "cão de fila" do Ministério Público.

15 de julho de 2019 às 09:42
Mustafá enviou mensagem que o liga ao ataque. Conversa de Bruno de Carvalho com Geraldes foi junta ao processo Foto: Paulo Calado
Edgar Ié, Jorge Jesus, Bruno de Carvalho, Belenenses, Seleção, Sporting, Rui Jorge, FC Porto, Lille, Restelo, Barcelona, desporto, futebol, leões Foto: Paulo Calado
Bruno de Carvalho em tribunal Foto: Pedro Ferreira
Bruno de Carvalho em tribunal Foto: Pedro Ferreira
Bruno de Carvalho em tribunal Foto: Pedro Ferreira
Bruno de Carvalho em tribunal Foto: Pedro Ferreira
Irmã de Bruno de Carvalho chega ao Campus de Justiça Foto: Pedro Ferreira
Desacatos no Campus da Justiça. PSP obrigada a deter uma pessoa Foto: Pedro Ferreira
Desacatos no Campus da Justiça. PSP obrigada a deter uma pessoa Foto: Pedro Ferreira
Desacatos no Campus da Justiça. PSP obrigada a deter uma pessoa Foto: Pedro Ferreira

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Termina a sessão das alegações finais do debate instrutório desta segunda-feira, no Tribunal de Instrução Criminal. A próxima sessão está marcada para esta terça-feira às 10h00.

A decisão instrutória será tomada a 1 de agosto da parte da tarde.

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18h10 - Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, já fala e compara os métodos da procuradora do MP, Cândida Vilar, com a PIDE.

"Estão a tentar mante-los presos para ver se eles começam a falar", diz Miguel Fonseca afirmando que o "MP tem de se pautar por critérios exclusivos de legalidade. "Há coisas que não podem acontecer depois do 25 de abril", acrescenta.

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O advogado do antigo presidente do Sporting acusa ainda a comunicação social de ser "os cães de fila do Ministério Público". 

A acusação "tem aberrações. É um texto sem qualquer fundamento de inteligência", atira Miguel Fonseca.

"Trata-se de um assassinato de caráter e aqueles desgraçados [mais de 40 arguidos] apanharam todos por tabela", afirmou Miguel Fonseca, durante as alegações finais do debate instrutório, que decorreram no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

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Depois de ler várias mensagens trocadas num grupo na rede social Whatsapp, que constam na acusação, o advogado considerou que Bruno de Carvalho poderia ser a próxima vítima: "Mas alguém tem dúvidas de que o próximo a levar no lombo era o Bruno de Carvalho?"

17h38 - O advogado de Bruno Jacinto, antigo Oficial de Ligação aos Adeptos do Sporting, dirigiu-se à procuradora alegando que esta "queria que isto fosse um crime de terrorismo". "Bruno Jacinto instigou o ataque só se tiver sido por sinais de fumo", acrescentou o advogado.

16h30 - Advogado Mário Batista, que defende Bruno Monteiro, diz que ficou pasmado com a senhora procuradora ao "fazer tábua rasa quanto à lei da investigação".

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"Este processo foi preparado e orientado para tentar chegar a um determinado objetivo. Objetivo esse que na minha ótica era tentar atingir o presidente da direção do Sporting Clube de Portugal", acrescenta. 

"Esta loucura generalizada chegou aos tribunais. Nos fotogramas é possível ver todos os passos do Bruno. Ao contrário do que a senhora procuradora aqui disse nenhum elemento ia nem ao lado, nem atrás, nem à frente", continua.

O advogado termina dizendo que Bruno Monteiro não entrou nos balneários nem nos respetivos acessos.

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15h35 - "As alegações da procuradora não foram jurídicas. Há algumas coisas que me chocam. Disse barbaridades durante 5 horas. As alegações dela pareciam conversa de café e por isso se eu entrar num tom mais jurídico eu acho que ela [procuradora] não vai entender. Por isso, vou manter isto ao nível de conversa de café", afirma o advogado de Mustafá.

"O problema da senhora procuradora não é uma questão psicológica. É uma questão de visão. A procuradora disse ao Mustafá que ele era o chefe de um movimento fascista e nacionalista.", afirma.

"Não me vou conformar com isto. Fui ofendido. Tem de haver dignidade humana. Não admito à senhora Cândida Vilar que não veja uma coisa que é visível. Não lhe admito a ela que tendo estado a falar de racismo aponte o dedo a Mustafá, que é claro que não é branco puro", continua. 

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"O Mustafá é o único constituinte aqui presente que não esteve em Alcochete. Não tem conversas no Whatsapp, não tem nada a ver com isto", acrescenta. 

A defesa de Mustafá diz ainda que sentiu pela primeira vez a manipulação do inquérito. "O sujeito que abre as portas da sede da Juve Leo, o Jójó, não foi constituido arguido. E ele dormia precisamente no compartimento onde foi encontrada a droga. Mustafá foi dado como o dono daquela droga e a droga foi encontrada no local onde vive o Jójó", afirma.

O advogado diz ainda que a inquirição ao Jójó mete medo e que foi terrorismo institucional. "O Jójó confirmou que a droga não era do Mustafá. Aos domingos também há visitas em Belém... se por acaso alguém lá deixar a droga vão acusar o Marcelo Rebelo de Sousa de tráfico de droga?", acrescenta. 

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15h10 - Advogado Nuno Coelho pede nulidade das conversas de Whatsapp, nulidade das perícias da GNR e pede alteração da medida de coação.

15h06 - O advogado Mário Henriques, que representa António Catarino, diz não concordar com a acusação e por isso não requereu abertura de instrução. Diz que o arguido António Catarino não participou nas conversas de Whatsapp.

14h49 - O advogado do arguido Ricardo Neves considera que o processo é nulo uma vez que devia ser da exclusiva competência da PJ. "Quiseram fazer parecer ao mundo que estavam a fazer as coisas bem feitas mas a lei não estava a ser cumprida. A GNR e a PSP têm muito mérito mas deveria ter sido apenas a PJ a investigar", diz.

O advogado alega ainda que "tudo não passou de uma tentativa de atingir um objetivo político". "Nenhum dos arguidos tinha um alvo (...) Não há elementos para os levar a julgamento pelos crimes indicados pelo Ministério Público. Senhor Juiz, pelo menos não os leve a julgamento pelo crime de terrorismo", terminou.

14h45 - A audiência é retomada após uma pausa para almoço. A defesa dos arguidos pede a nulidade do inquérito e das provas recolhidas.

14h50 - Vivem-se momentos de tensão à porta do tribunal. Um homem foi detido por ter começado a filmar agentes da PSP, um incidente que em nada se relaciona com o debate instrutório.

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FOTO: Pedro Ferreira
Desacatos no Campus da Justiça. PSP obrigada a deter uma pessoa
FOTO: Pedro Ferreira
Desacatos no Campus da Justiça. PSP obrigada a deter uma pessoa
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete
FOTO: Pedro Ferreira
Momentos de desacato junto ao Campus da Justiça onde está a decorrer o processo de Alcochete

13h20 - Luís Miguel Henrique, advogado que representa Jorge Jesus, desmentiu à CMTV a acusação que foi feita ao antigo treinador do Sporting durante as alegações finais do caso de Alcochete.

O advogado de um dos arguidos acusou Jesus de dar autorização aos jogadores para entrar na Academia do Sporting.

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"Em momento algum, naquele fatídico dia, ele sabia ou deu autorização ou fez qualquer sinal de concordância com aquilo que estava a acontecer", refere Luís Miguel Henrique.

O advogado de Jorge Jesus diz ainda que aquilo que os arguidos e os advogados dizem pode não corresponder à verdade.

Quando questionado sobre a "amizade" entre Jorge Jesus e alguns membros da claque da Juve Leo, Luís refere que tem algumas dúvidas que "palavra amizade possa ser usada nas relações entre o treinador e a Juve Leo".

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12h45 - Advogados não alegam a inocência dos arguidos mas tentam afastar alguns crimes. 

12h30 - O advogado de Mustafá, Filipe Coelho, confirma aos jornalistas que vai pedir a libertação.

Anibal Pinto, que defende quatro arguidos [três deles não estão em preventiva] refere que o que aconteceu na Academia do Sporting não foi terrorismo: "Há uma diferença muito grande entre terrorismo e hooliganismo. O que aconteceu em Alcochete é muito grave mas não é o que querem pintar. É uma ofensa para as vítimas de terrorismo dizer que isto é terrorismo. É hooliganismo, fanatismo, excesso de clubismo mas nada que justifique uma prisão preventiva. A maioria destes arguidos são miúdos e pouco mais de miúdos. Eu tenho o privilégio de ser pai de 5 filhos e preocupa-me que eu poderia ter um filho metido nisto".

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12h21 - Advogado de João Anibal Gonçalves diz que quem autorizou a entrada do grupo em Alcochete foi Jorge Jesus e não Bruno de Carvalho.

"O inquérito é sustentado nas conversas do Whatsapp... e as conversas do Whatsapp não passam disso mesmo", afirma o advogado de João Anibal Gonçalves.

"O meu arguido disse que ia levar a caçadeira.. mas alguém viu a caçadeira? Portanto vê-se claramente que tudo não passava de conversas exageradas. Não havia plano nenhum. Foi tudo uma conversa de Whatsapp que nem passou para a prática", continua.

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"Não é novidade que a claque vá à academia. Era habitual. No segundo ano de Jorge Jesus [segundo ano em que o técnico esteve no Sporting] quando as coisas não estavam bem, a claque já se tinha dirigido a Alcochete. E uma delegação da claque foi recebida pelo treinador e pelo capitão. Esta ida a Alcochete nem foi autorizada por Bruno de Carvalho mas sim por Jrge Jesus", afirma.

"As idas a Alcochete eram comuns e mostram até intimidade entre Jesus e a claque. O Sr. Jorge Jesus até ia a jantares com a Juve Leo. E agora vem dizer que não os conhece?", refere.

11h30 - "Neste momento já não se justifica que os arguidos estejam em prisão preventiva", afirma Carlos Melo Alves que explicou aos jornalistas qual o seu entendimento sobre a prova produzida pelo MP.

11h03 - O arguido Miguel Ferrão, assim como Mustafá, pede a alteração da medida de coação.

11h00 -  "Não percebemos como é possível o juiz de instrução ser o mesmo do interrogatório", afirma Carlos Melo Alves. Acrescenta ainda que as mães dos arguidos estão presentes e que a atitude da procuradora o chocou.

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"Nunca respondeu com questões técnicas. O MP está claramente a puxar para o mesmo lado", afirma.

10h57 - Carlos Melo Alves, advogado de Emanuel, diz que o Ministério Público está sempre inclinado para o mesmo lado. O advogado de Bruno de Carvalho mostra-se indignado e diz que não teve acesso às novas provas anexadas.

O juiz responde a Miguel A.Fonseca dizendo que já dois advogados vieram consultar as novas provas e que só não o fez porque não quis. 

O advogado de Bruno de Carvalho pede ainda ao juiz que sejam digitalizados os documentos e enviados aos advogados mas o juiz não atende ao pedido. Diz que estão em papel e assim vão ficar.

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10h40 - Mustafá pede alteração da medida de coação. Quer libertação imediata.

10h00 - Bruno de Carvalho chega a tribunal acompanhado pelo advogado Miguel A. Fonseca. A irmã do antigo presidente do Sporting chegou segundos depois.

Bruno de Carvalho e Mustafá, acusados de serem os mandantes do ataque à Academia de Alcochete, e os restantes 42 arguidos do processo voltam esta segunda-feira ao Campus de Justiça, em Lisboa, para uma nova sessão das alegações finais do debate instrutório, no Tribunal de Instrução Criminal.

A procuradora Cândida Vilar, que titula a investigação, pediu na última sessão a revisão das medidas de coação de alguns dos arguidos, passando de prisão preventiva para domiciliária.

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